Antes de trazer a resenha em si de “A Guerra que Salvou a Minha Vida”, gostaria de esclarecer o seguinte: eu já havia feito resenha desse livro no ano passado (2017) quando ainda gravava vídeos para um canal no YouTube que infelizmente hoje não está mais no ar. A ideia era trazer o review do segundo livro, “A Guerra que me Ensinou a Viver”, que li recentemente, mas fiquei insatisfeita de fazer o review do segundo livro sem trazer nada do primeiro. Assim sendo, o post de hoje trará minhas impressões do primeiro livro, que na época, quem assistiu o vídeo já conhece, mas é uma oportunidade para os outros que não viram também conhecerem.
Ada Smith vive em Londres, num apartamento com sua mãe e seu irmãozinho Jamie. Ada vive sendo maltratada e humilhada pela própria mãe, que tem vergonha da filha por ela ser “deficiente”. A mãe, por exemplo, não permite que Ada saia do apartamento, para que ninguém veja seu “pé torto”, e vive colocando a menina de castigo, trancada com baratas debaixo da pia, toda vez que Ada responde a mãe.

Ada, por nunca poder sair do apartamento, não frequenta a escola e é bastante ignorante em relação a muitas coisas. Ela sequer sabia quantos anos tinha quando a guerra começa, já que a sua mãe nunca comemorava o aniversário e nem nunca lhe contou histórias de quando ela ou Jamie eram bebês, por exemplo. Jamie, que não tem o “pé torto”, tem permissão para sair e ir à escola, e um dia ele volta da aula e conta que estão evacuando as crianças de Londres reunindo-as nas escolas. Era a guerra (Segunda Guerra Mundial) já surtindo seus efeitos.

De forma bastante fiel a relatos históricos, Bradley nos conta uma história fictícia, mas consistente, sobre crianças que tiveram de deixar suas famílias para tentarem sobreviver refugiadas com outras famílias, dentro de seu próprio país. A princípio, pode parecer algo triste, mas para a pequena Ada, parece ser a sua chance de ganhar a liberdade. E então, quando começam a evacuar as crianças, Ada e seu irmão Jamie simplesmente deixam sua casa, sem a mãe saber, e se reúnem a um grupo de professores e estudantes para poderem pegar um trem e serem evacuados.
“A Guerra que Salvou a Minha Vida” tem um título já bastante autoexplicativo e que permite, então, que eu diga algumas coisas sem serem verdadeiros spoilers, uma vez que basta ter um pouco de lógica.
Neste livro, o mais gostoso não é saber o fim que levará Ada e sim a trajetória a que vamos testemunhar a partir do seu relato. Porque, sim, a história retrata a Segunda Guerra Mundial pelos olhos de Ada, uma criança que desconhece uma quantidade absurda de coisas. Tudo para ela é novo, estranho ou diferente, e todas essas impressões nos são repassadas com muita riqueza de detalhes, mas também de forma bruta e sincera ao mesmo tempo.
E em resumo, posso dizer que estamos diante de uma história não apenas de superação, mas sobre o poder transformador do amor, que é algo que Ada nunca teve de sua mãe.
Outros fatos que você precisa saber sobre este livro:
“A Guerra que Salvou a Minha Vida” figurou em primeiro lugar na lista dos mais vendidos da New York Times, foi eleito como um dos melhores livros de 2015 pelo The Wall Street Journal, pela Publishers Weekly e pela New York Public Library, além de ter ganho os seguintes prêmios:
- Newbery Honor Book: O Newbery Medal é prêmio literário concedido anualmente pela Association for Library Service to Children da American Library Association para o(a) autor(a) da mais distinguível contribuição à literatura americana para crianças. Há livros que, no entanto, embora não fiquem em primeiro lugar, merecem uma menção honrosa, e daí o Newbery Honor Book, caso deste livro (outro livro que também recebeu a menção honrosa foi Ecos, no mesmo ano (2016). Tem review dele aqui no blog já. Clique aqui para ler);
- Schneider Family Book Award: premia um(a) autor(a)/ilustrador(a) por um livro voltado para um público de crianças e adolescentes e que incorpore uma expressão artística sobre a experiência de deficiência;
- Josette Frank Award: prêmio literário infantil anual de ficção que “homenageia um livro ou livros de notável mérito literário em que crianças ou jovens lidam de maneira positiva e realista com dificuldades em seu mundo e crescem emocional e moralmente”;
- Odyssey Award: prêmio anual concedido ao produtor do melhor audiobook (sim, teve versão audiobook nos EUA) produzido para crianças e/ou jovens adultos, disponível em inglês, nos EUA.
Ainda que o livro seja voltado para um público infantil e tenha recebido diversos prêmios que reforçam essa categoria de literatura infantil/jovem adulto, não deixe de ler este livro. Ou, ao menos, LEIA-O para seus filhos. A história é tão cativante que tem conquistado um público das mais diversas idades, e arrancando inclusive lágrimas de adultos. Mas só lendo para entender a beleza dessa história.
Informações adicionais sobre o livro:
Capa dura: 240 páginas
Editora: Darkside; Edição: 1ª (22 de março de 2017)
Título Original: The War that Saved my Life
ISBN-10: 8594540264 – ISBN-13: 978-8594540263
Oie. Se tem um livro que eu gostaria de ler é esse. Mas ainda não tive a oportunidade de adiquirir um exemplar. Mesmo sendo infantil não acho que será ruim ler ele, pois, como reforçou em sua resenha é uma obra com muitas emoções à passar.
Amei seu post.
Beijos.
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Leia sim. Não ira se arrepender. Na Amazon ele está com um preço bem atraente 😊
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Tenho vontade de ler esse livro, mas agora são dois kkkkk
Parabéns pela resenha!
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Mas você vai ler os 2 rapidinho, pode apostar!
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A resenha despertou a vontade de ler o livro. Há comportamentos e comportamentos … a mente é algo incrível … pode nos libertar ou aprisionar …
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Esse livro eu indico muito mesmo a leitura! Te empresto rsrs
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