Mês de Halloween tem que ter pelo menos um review de livro de terror/horror, né?
Fragmentos de Horror é uma coletânea de 8 histórias em formato de Histórias em Quadrinhos – HQ, bem curtinhas. Por pura curiosidade, não consegui largar de ler até terminar, e li numa sentada só, ocupando pouco tempo de uma madrugada das minhas férias. Embora o título seja um pouco assustador, de verdade, não é uma leitura aterrorizante, mas bizarra, como costumam ser, para mim, histórias de terror japonesas. O próprio artista, Junji Ito, diz que seu trabalho foi “abaixo da média” nesta obra, depois de 08 anos sem publicar nada.
Junji Ito pode soar como um nome desconhecido aqui no Brasil (a menos talvez para os grandes fãs do gênero – terror, em geral, e também, em específico, o terror japonês), mas Ito, na verdade, é um dos maiores artistas do gênero de horror, e teve influência de outros grandes escritores como H.P. Lovecraft, só para citar um nome incontestavelmente notável. (Obrigada, leitor Ary, pela correção!)
Ito lançou seu primeiro mangá (histórias em quadrinhos japonesas) em 1987, quando já se consagrou como grande artista do gênero, e, em 2006, publicou “Shin Yami no Koe Kaidan” (numa livre tradução, “novas vozes no escuro”), também um mangá de horror.
Sendo “Fragmentos de Horror” originalmente obra de um artista japonês que trabalha com “mangá”, achei super bacana a Darkside manter o formato (com capa invertida, já que os livros japoneses se leem ao contrário, da direita para a esquerda). No mais, a edição da Darkside, como sempre, está caprichadíssima, e penso que é um item indispensável para colecionadores, sejam os de HQs, sejam os de livros de terror.
Algumas histórias passam uma certa moral ao seu fim, e outras me pareceram verdadeiras viagens bizarríssimas. Teve uma história que, por incrível que pareça, até me tocou de certa forma. Poderia até dizer que há partes bonitas nela. Trata-se do fragmento “Suave Adeus”, que com certeza, foi a minha preferida, embora talvez não possa realmente ser considerada uma história de horror (se você leu esse mangá, me diz a sua opinião nos comentários).
Os traços de Ito me agradaram bastante, achei ao mesmo tempo bem detalhista, mas limpo. Dá para enxergar bem as expressões faciais dos personagens a todo momento, mas quando o artista precisa “poluir” o cenário com entidades e afins, ele consegue adicionar, em todos os planos possíveis, a sensação de horror do personagem, que é transmitida ao leitor como se os desenhos preto e branco realmente fossem coloridos, passando a angústia, a repugnância, o sofrimento e o pavor dos personagens. Dá para ter uma ideia pela foto abaixo.
Eu não sei se quero ler as outras obras de Ito, mas, sendo bem sincera, eu havia postergado bastante tempo a leitura de “Fragmentos de Horror”, sempre dizendo que ia comprar e nunca comprava, sabe? Mas aí meu irmão tinha na casa dele, e ele disse para eu ler, se eu quisesse. E eu disse que ia dar uma sondada… mas quando fui ver, já tinha terminado de ler. Então, se de alguma forma, outra obra dele “cair” em minhas mãos novamente, não posso dizer que não lerei. Eu me conheço.
Fica então aqui uma dica de leitura rápida, da cultura japonesa, de terror (bem legal para o Halloween, que já é no final do mês) e também HQ.
Informações adicionais sobre o livro (HQ):
Capa dura: 224 páginas
Editora: DarkSide; Edição: 1ª (26 de julho de 2017)
ISBN-10: 8594540361 – ISBN-13: 978-8594540362
Título original: Ma no Kakera (魔の断片)
Acho que nunca li um livro de terror na minha vida.
Na verdade eu Detesto histórias de terror, mas estranhamente fiquei super interessada em ler com essa resenha! Quem sabe meu gosto pelo “terror” não está na leitura.
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Hahaha, é bem bizarra essa leitura, já vou avisando… mas, realmente, os japoneses têm um outro conceito de terror.
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Não sou fà de filme ou livro de terror. Lembro que na minha infância folheava alguns mangas e lá sempre havia estórias de horror com “おばけ”. Naquela época até q eu gostava …
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Gostei da resenha. Junji Ito é um ótimo mangaká do gênero. Seu texto só tem um pequeno erro rs Na verdade Ito foi influenciado por Lovecraft e não o inverso rs apenas um detalhe.
Abraço e Sucesso.
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Obrigada, Ary! Eu provavelmente vi a informação errada no livro ou me lembrei dela errada, já que a informação foi retirada do próprio mangá, mas como ele não era meu, na hora de escrever a resenha, eu não tinha mais ele em mãos. Vou consertar 😉
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Entendo rsrs
No entanto sua resenha foi muito bem escrita, você fez uma ótima análise e concordo muito com você na questão dos traços, ele tem um traço simples e limpo na composição de cenas e personagens, mas quando se trata das “criaturas” é como se ele mudasse o estilo e o traço se torna “sujo”, como que para aterrorizar o leitor.
É uma pena você não curtir muito o estilo de Ito, um mangá dele muito bom, mas que é realmente desconfortável para quem não está acostumado com as loucuras dele é “Gyo” e “Uzumaki” rs
Sucesso Isa *-*
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Hahahaha, vc não ta entendendo. Eu tenho PAVOR de coisas bizarras, então foi um mix de muita curiosidade e coragem ler Junji Ito. Não sei se estou preparada pra outras obras dele, já que, ao que tudo indica, elas são melhores ainda, e, então, provavelmente, mais bizarras. Mas não excluo de forma alguma a possibilidade de ler outras coisas, não. Tenho a mente muito aberta e adoro também a ideia de poder enfrentar meus medos hahaha.
Muito obrigada pelos elogios e comentários! 😘
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Sim são bem melhores mesmo! kkk
Espero que sua coragem surja em breve e eu possa ler mais resenhas sobre ele no seu blog.
🙂
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