Minha História de Amor – Tina Turner

[Cortesia do editor]

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Olá, leitores!

Trago minha primeira resenha no blog fruto da maravilhosa parceria com o Grupo Editorial Record – GER.

Quem me conhece, sabe que adoro biografias. Antes de me tornar uma leitora mais ávida e diversificada, o que eu mais lia eram biografias. Hoje leio livros dos mais variados gêneros, mas é inevitável, para mim, vez ou outra cair nas graças das biografias, razão pela qual agradeço enormemente ao GER por mais uma oportunidade de leitura deste gênero. Aliás, a minha biografia favorita da vida é da Record (Lewis Carroll, por Morton N. Cohen, e é de onde nasceu minha grande paixão por Alice e seu País das Maravilhas).


Sinopse:

Tina Turner ― a rainha do rock ‘n’ roll e lenda viva ― fala sobre sua ilustre carreira e sua vida pessoal conturbada neste livro de memórias revelador. Desde a infância em Nutbush, Tennessee, até sua ascensão à fama ao lado de Ike Turner e depois o sucesso fenomenal na década de 1980 e além, Tina examina abertamente sua história pessoal, desde suas horas mais sombrias até seus momentos mais felizes. Minha história de amor é uma história explosiva e inspiradora de uma mulher que se atreveu a quebrar todas as barreiras colocadas em seu caminho, colocando em páginas a mistura de força, energia, coração e alma que é a marca registrada de Tina. Suas memórias são fascinantes e emocionantes como qualquer um de seus maiores sucessos.


O livro de hoje, Tina Turner: Minha História de Amor, na verdade, é uma autobiografia, que também tem seu charme, prós e contras. Embora nas biografias os seus autores tenham a tendência a se inclinar por um lado ou outro quanto à imagem que querem deixar daqueles de quem falam, espera-se, até certo ponto, uma imparcialidade dos autores; as autobiografias, porém, geralmente não passam por um filtro nesse sentido, de modo que cabe somente a nós, leitor, aceitarmos ou não os fatos narrados. De outra perspectiva, porém, espera-se que, por essa mesma razão (de a história ser contada sem o perigo das distorções inerentes do “ouvi dizer”), que estejamos diante da mais pura versão do ocorrido, e cremos na sinceridade de quem relata suas próprias memórias.

Bom, tenha tudo acontecido ou não do jeito que Tina conta, ela me pareceu bem sincera ao deixar subtendido que sua memória não é perfeita. Num determinado ponto do livro, em que nos conta sobre como todo mundo sempre lhe pergunta o que David Bowie teria lhe sussurrado no ouvido enquanto dançavam no clipe de “Tonight”, ela afirma não se lembrar, e, agora que David não está mais vivo, tais palavras permanecerão um mistério, “apesar de não existir qualquer garantia de que a memória dele fosse melhor que a minha”, completa a cantora.

Eu não conhecia praticamente nada de Tina Turner. Meus conhecimentos se resumiam a alguns trechos de música que eu me recordava de ter ouvido em minha infância, época em que meus pais tinham muito o costume de ouvir mais as músicas que estavam em alta que as que eles próprios gostavam. O lado bom de tudo isso é que há uma miscelânea de estilos, gêneros e cantores que fizeram, de alguma forma, parte da minha infância. Assim, receber a autobiografia de Tina Turner através da parceria com a Editora Best Seller foi realmente uma oportunidade única, acredito, de eu acabar conhecendo quem, de fato, foi Tina, além de escutar, agora adulta, as canções mais famosas da cantora, porque, sim, eu tive que procurá-las no YouTube.

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O livro emociona, mesmo para quem, como eu, não seja fã dela ou sequer saiba nada de sua carreira. Ela teve uma vida bem dura antes do auge de sua fama, e justamente por minha última leitura ter sido sobre um relacionamento abusivo, foi um lembrete muito pertinente de que isso não é, infelizmente, particularidade de nenhuma classe social, ainda que Tina tenha sofrido tais abusos na época em que ela não tinha sua independência financeira. É inevitável, depois de ler esse livro, uma espécie de sentimento, que pode ser traduzido como admiração à cantora, crescer em seu coração.

Algumas passagens dão muita raiva, quando ela nos conta dos abusos que sofreu vivendo ao lado de seu ex-marido e ex-parceiro musical, Ike Turner, mas há outras que me fizeram abrir um largo sorriso no rosto, nos quais me senti rindo junto com Tina ao rememorá-los. Outros, ainda, me deixaram extremamente fascinada, sobretudo quando envolvia outros artistas, como David Bowie, a quem eu conheço mais  (aliás, esse livro me lembrou também da urgência de ler alguma biografia de David Bowie), e fiquei feliz de saber sobre a receptividade que a cantora teve entre os ingleses.

Mas foi ao final do livro que eu fiquei realmente emocionada. Até chorei, de tristeza em alguns momentos, mas também por ver a beleza da esperança renascer em mim em outros. São histórias como as de Tina que nos confortam ao longo dos desprazeres e desencantos da vida. Tina se casou novamente, e esse livro é, sem dúvida, uma declaração de amor ao seu marido, Erwin Bach. Gosto de ter a mesma crença de Erwin, de que “é dando que se recebe”. Realmente me conforta a ideia de que o Universo cuida dessa matemática.

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O livro contém, ainda, uma série de fotos do acervo pessoal da artista, que consegue amenizar bem nossa ávida curiosidade por mais detalhes. Tina é bem descritiva, mas é engraçado como muitas coisas que as pessoas descrevem ainda assim são bastante subjetivas. Quando ela fala, por exemplo, do vestido que usou em seu casamento, até eu ver as fotos, eu imaginava algo completamente diferente. Aliás, fiz essa leitura não exatamente em conjunto, mas foi criado um grupo entre alguns dos parceiros da editora, e lá nós trocamos algumas impressões durante as leituras dos livros que recebemos. Nesse quesito, foi uma experiência também bem legal. E tenho que concordar com algumas pessoas do grupo quanto ao “bom gosto” que Tina insiste em ter. A beleza e tudo que lhe diz respeito (bom gosto incluso aqui) é subjetiva. Ah, Tina, você pode ser uma mulher sem igual, a quem, como eu, passa-se a admirar e respeitar, mas nossas predileções para moda definitivamente não batem hahaha. Estou fazendo um desabafo pontual, mas, sinceramente, a meu ver, tudo isso apenas torna a leitura ainda mais divertida… até porque eu sou a última pessoa a se consultar quando o assunto é moda

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O livro, ainda, me deixou bastante curiosa para ver o filme Mad Max em que ela atua, o que, acredito, irá deixar meu marido bastante feliz.

Por fim, também é bastante difícil de resistir ao impulso de, durante a leitura deste livro, abrir o YouTube, como eu fiz, para procurar as músicas e os shows de que ela tanto fala. É como se pudéssemos enxergar e ouvi-las com outros olhos e ouvidos; com os sentidos de quem agora sabe alguns segredos, ou, simplesmente, um pouco mais. Esse é o poder das biografias: ingressar num mundo oculto e ver a realidade sob uma nova ótica, por uma nova perspectiva. Tenho certeza que quem curte muito a história da música, principalmente do rock’n’roll irá tirar bom proveito dessa leitura. E para os que não curtem tanto assim rock, ainda é uma leitura muito boa, com Tina nos mostrando a importância da alegria de viver e de ter alguém ao seu lado nos momentos difíceis, sejam quem for. Foi um livro que eu não poderia ter lido num momento mais apropriado da minha vida.


Informações adicionais sobre o livro:

Capa comum: 224 páginas

Editora: BestSeller – 1ª edição (8 de abril de 2019)

Título original: My Love Story

ISBN-10: 854650170X – ISBN-13: 978-8546501700

 

 

4 comentários

  1. Embora não seja fã dela, gosto de suas músicas e gosto de biografias. Suas músicas marcaram a época da minha juventude!!! Sempre que as ouço, memórias vêm à tona 😉😘

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