A Improbabilidade do Amor – Hannah Rothschild

E chega ao fim o desafio do Mulheres Continentais! Em dezembro, concluí minha última leitura para o projeto que tinha como objetivo a leitura de livros escritos por mulheres de todos os continentes (a América foi dividido em Sul, Central e Norte). Infelizmente, a idealizadora e criadora do projeto não se encontra ativa nas redes, mas a ideia toda foi linda desde o começo, e fico muito feliz de ter levado a cabo essa meta de leituras.

Quem não acompanhou minha lista de leituras desde o começo, veja abaixo minhas seleções para cada continente:

Deixei EUA e Europa de propósito como as duas últimas leituras porque se eu não conseguisse terminar o desafio, pelo menos teria lido livros que fogem do círculo literário mais comum e teria conhecido um pouco mais da literatura de outros países, muitas vezes deixada de lado. Felizmente, foi possível ler tudo, e agora vim compartilhar minhas impressões de A Improbabilidade do Amor.

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Sinopse: 

Quando Annie McDee encontra um quadro sujo em um obscuro brechó, ela não tinha ideia do que descobriu. Chef talentosa, mas falida, Annie cedeu ao impulso e gastou as últimas libras que tinha no bolso em um presente para um homem que mal conhecia. Enquanto se debate com a solidão de um coração partido e a falta de perspectiva, ela está longe de imaginar as repercussões de sua pequena extravagância: singelamente pendurada em sua casa está agora uma obra-prima. De repente, Annie se vê sugada pelo tumultuado mundo das artes de Londres, povoado por socialites, oligarcas russos, leiloeiros desesperados e comerciantes sem escrúpulos, todos planejando colocar as mãos em sua grande descoberta. Na tentativa de desvendar o passado da pintura, Annie descobrirá não apenas uma lista de antigos proprietários ilustres, mas alguns dos segredos mais sombrios da história europeia. E, quem sabe, se abrir novamente ao amor.


Minhas Impressões:

Quando comecei a leitura de A Improbabilidade do Amor fui tomada por um certo desespero. Senti-me jogada em meio a um turbilhão de coisas acontecendo, algo que eu detesto; havia tantos personagens logo de cara, que achei que não daria conta de entender quem era quem mesmo ao longo da leitura; e, ainda, o prólogo me pareceu um super clichê de início de filme extremamente tedioso. Nada contra quem gosta das cenas do tipo “desfile no tapete vermelho”, mas eu acho de um aborrecimento insuportável esse tipo de espetáculo já na TV, que dirá uma descrição perfeita de tudo isso. Sim, porque não posso tirar o mérito de Hannah Rothschild em narrar a cena toda de forma muito bem imaginável pelo leitor, com ares impecáveis de tabloide e revistas de fofocas.

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Mas eu me enganei achando que o livro seguiria nessa esteira fastidiosa das pompas e do glamour. Realmente, mergulhamos por vezes no mundo inconcebível dos milionários que veem na arte uma espécie de redenção ou hobby, mas essa realidade que toca a poucos é apenas uma parte de toda a trama. E foi isso que eu achei mais incrível do livro, o fato de ele conseguir transitar muito bem entre o pedantismo e a humildade, entre o deslumbre e a labuta.

A capa dessa edição é tão linda que pode escapar ao leitor a atenção devida: faz parecer apenas mais um romance trivial indigno de nota. Confesso que a capa foi um dos primeiros chamarizes para mim, mas ao ler a sinopse terminei de ser fisgada, pois vi que a história envolvia uma pintura, e eu sempre me interesso por enredos que envolvam o mundo das artes.

No livro, nos deparamos com uma misteriosa pintura, intitulada A Improbabilidade do Amor e atribuída a Antoine Watteau. Embora a pintura em si seja fictícia, Rothschild, com muita habilidade, permeia todo o romance com personagens e obras que realmente existiram,  assim como o próprio Watteau, o que transforma a trama toda numa intrigante história rica de referências históricas e artísticas.

Annie, a protagonista, é uma chef que consegue um emprego na cozinha da Winkleman Fine Art, um verdadeiro império no mundo das artes, e um dia, num brechó, vem a encontrar uma pintura que ela achou bonita o suficiente para ser um presente de bom gosto para o homem com quem estava saindo. O que Annie não sabia é que o quadro era valiosíssimo e que depois de adquiri-lo, sua vida mudaria para sempre.

O desenrolar da história envereda-se por caminhos que eu não imaginava, e foi delicioso acompanhar todo o seu desfecho, ainda que, infelizmente, o romance termine sem grandes surpresas. Mas, assim como o livro nos põe a refletir, creio que, na maioria das vezes, importam mais os meios que os fins.

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Achei muito curioso o fato de a própria pintura ter muito a dizer, literalmente, ganhando até capítulos em que sua perspectiva é imposta ao leitor, com muitas considerações e fofocas. Recurso que no começo me fez torcer o nariz mas que acabei por gostar e achar super divertido.

Adorei, ainda, como o livro mexeu comigo de muitas formas. Eu não sou muito dada a ler romances românticos, embora esse livro contenha muito mais que isso. Mas é inegável que ele aqueceu meu coração, preenchendo-o com esperança e deixando dois pequenos lembretes: de que não podemos perder nossa capacidade de nos conectar com as pessoas, e que, bom, o amor pode sim ser encontrado nos lugares mais improváveis.


Informações adicionais sobre o livro:

Capa comum: 544 páginas

Editora: Morro Branco; Edição: 1ª (2 de abril de 2018)

ISBN-10: 9788592795290 – ISBN-13: 978-8592795290

Título Original: The Improbability of Love

Livro adquirido em site da Amazon.

 

 

4 comentários

  1. Só livro bom nessa sua lista. Já quero ler A Alegrias da Maternidade, Kindred e agora estre último também.
    Obs.: Toda vez que vejo capas como as desse livro, com esse tipo de fonte já me lembro de vc. 🙂 🙂

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    1. Ahhh, que ótimo que despertou seu interesse todas essas leituras. Se eu tivesse que escolher só uma, eu com certeza ficaria com As Alegrias da Maternidade, mas se puder, leia todos sim hahaha!
      E aww, muito bom ser lembrada! *-* Obrigada

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