Mais longa vida – Marina Colasanti

Marina Colasanti é — segundo breve biografia contida no orelha desta bela 1ª edição de “Mais longa vida” — escritora, jornalista, tradutora, artista plástica e ilustradora de seus próprios livros. Uma pessoa múltipla, por assim dizer. Nascida em Eritreia (país africano de origem colonial italiana), foi no Brasil que ela começou sua carreira como artista plástica, ingressando, mais tarde, no jornalismo. Sua renomada carreira como escritora recebe grande destaque na produção literária infantojuvenil, tendo sido declarada hors-concours pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, mas também premiada e muito prestigiada por sua poesia.


Optei por iniciar minha resenha trazendo algumas informações mínimas sobre Marina Colasanti porque eu mesma nunca havia topado com seu trabalho antes. Porém, apaixonada por poesia que sou desde meus tempos de menina, quis muito ler este livro não só para enfim tomar conhecimento de seus versos, mas porque parecia bastante promissor.

P_20200409_141610_vHDR_On

Eu provavelmente terei de me debruçar mais sobre sua obra como um todo para entender melhor o estilo de Colasanti, porém, o que posso dizer como minhas humildes primeiras impressões sobre sua poesia é que, embora ela tenha me agradado, não foi o suficiente para despertar uma paixão por seus versos. Reconheço o brilhantismo de algumas passagens e de alguns poemas, mas, no conjunto, infelizmente, eles acabaram não me cativando tanto quanto eu havia esperado, embora tenha havido alguns que me fizeram terminar sua leitura com um agradável sorriso nos lábios. Vou deixar ao final apontados os títulos que mais gostei.

Fiquei, ainda, com a ligeira impressão de que seus versos soam melhor no italiano que no português. Há em “Mais longa vida” 4 pequenas amostras de seus versos naquele idioma cuja estrutura parece funcionar bem, enquanto nos poemas em português, mesmo quando seu texto finda, muitas vezes fiquei com uma sensação vazia, de não-desfecho, como se eu ainda não quisesse que o poema tivesse encontrado seu ponto final. Caso esse seja o estilo de sua poesia, que traz em seu bojo a característica dos términos ilógicos da vida, então eu provavelmente teria de me resignar, tal qual, mesmo lamentando por muito tempo, nos resignamos com o fim da vida alheia.

O livro é organizado em seis partes, intituladas, na ordem: Pontos do Percurso, Soprar as Brasas, Dupla Viagem, De Mulheres, Colher e Partir e, Amor e Delicadeza. Os poemas que mais me agradaram não se concentram em nenhuma das partes propriamente dita, o que demonstra sua versatilidade pela poesia transitando pelos mais diversos temas. No entanto, confesso que senti falta de mais poemas no tópico “De Mulheres”.

Despeço-me da leitura desse livro satisfeita por ter conhecido um pouco do trabalho de Marina Colasanti, e animada e instigada o suficiente para conhecer sua obra literária no campo infantojuvenil, e quem já conhece algum título dentro deste gênero que goste muito, por favor, fique à vontade para me recomendar.

P_20200409_141341_vHDR_On


Conforme prometido, deixo os títulos dos poemas que mais gostei:

  • Um só verão
  • O que se vai
  • Como alguns de nós
  • No exato momento (que estampa a contracapa, inclusive)
  • De que é feita
  • Não irá
  • Prima che sia notte

Dados Técnicos do Livro:

Capa comum: 160 páginas

Autora: Marina Colasanti

Editora: Record; Edição: 1 (23 de março de 2020)

ISBN-10: 8501114596 – ISBN-13: 978-8501114594

Edição recebida em parceria com o Grupo Editorial Record.

Adquira seu exemplar preferencialmente no site da editora.

6 comentários

  1. Não conhecia essa autora. Hoje assisti o filme Sociedade dos Poetas Mortos, ele passa uma mensagem linda do que é a poesia e como ela se associa ao sentimento de liberdade e rebeldia. Conforme vemos no filme, o personagem central abomina a importância das formas nos poemas, pois o que importa é o que vem de dentro, o sentimento por trás da poesia. Não sei como é a poesia de Marina Colasanti, mas pelo que você disse, pareceu muito engessada. Tenho muito receio em ler poetas estrangeiros porque temo que a poesia perca um pouco de sua identidade durante a tradução… Enfim, achei ótima a resenha.

    Curtido por 2 pessoas

    1. Nossa, eu vi esse filme tem alguns anos já, mas seria uma ótima oportunidade rever agora. Então, eu fico meio insegura de dar uma avaliação completa dela, porque ela é muito elogiada e tem obras em diversos gêneros, talvez eu ainda não tenha encontrado o que mais me agrade. Vou continuar buscando rs. Obrigada!

      Curtir

  2. Confesso que não conheço ainda nada da autora. Poesia também não é muito a minha praia, tenho meus poetas preferidos e, ainda assim, leio com parcimônia. Mas acho que está na hora de eu tomar vergonha nessa minha carinha e procurar textos dela 😀

    Curtido por 1 pessoa

Deixe um comentário