Have you seen my invisible dinosaur? – Helen Yoon

Não existe nada como a imaginação das crianças, não é mesmo? E é uma pena que, conforme vamos nos tornando adultos, essa imaginação vá se perdendo um pouco – para alguns infelizmente, até demais, e o exercício da abstração exige demais desses.

Felizmente, posso dizer que nunca fui uma dessas pessoas, porque sempre fui muito curiosa, preferindo também minhas brincadeiras no imenso quintal da casa onde tive o privilégio de crescer à horas sentada inerte em frente à TV.

Mas se este não for seu caso, talvez ler “Have you seen my invisible dinosaur?” (“Você viu meu dinossauro invisível?”, em livre tradução) junto com seu filho ou sua filha (ou para qualquer criança em seu entorno) ajude a resgatar uma parte dessa imaginação, permitindo que algumas portas se abram e permaneçam abertas para que a criatividade volte a ser uma aptidão.

No livro, uma menina informa que acabou de dar banho em seu dinossauro, mas que, como ele ficou limpo demais, ele se perdeu, porque, bem… ele é, além de estar muito limpo, invisível. E, é claro que, após a leitura, Naoki também disse que tinha um dinossauro invisível, acrescentando, porém, o detalhe que ele, e só ele, conseguia enxergá-lo. Bom, pelo menos esse não será perdido de vista.

Mas não se assuste se sua imaginação de adulto estiver um pouco enferrujada por desuso! As ilustrações de Helen Yoon são muito eficientes em insinuar que existe mesmo um dinossauro invisível no livro, e você poderá encontrá-lo facilmente. Usei o termo “eficiente”, porque ele me parece adequado. As ilustrações têm traços pontudos, retos e simples, mas que dão uma beleza única à narrativa e traduzem um bom ponto de partida para a habilidade de abstrair e imaginar muito além daquilo que está no papel. As entrelinhas, afinal, não existem só em textos e falas, mas em imagens também, e é sempre bom sermos lembrados disso.

Outro ponto que gostaria de destacar é que ultimamente temos lido (eu com Naoki) muitos livros de autoria de escritores amarelos de livros infantis, e estou adorando ver como eles existem aos montes e, infelizmente, só não chegam tantos no Brasil. Praticamente toda visita à biblioteca tem implicado num empréstimo de ao menos um livro de autoria (ou ilustrações de autoria) de pessoas amarelas. Tem sido uma experiência muito rica, e, creio eu, que, a longo prazo, muito importante para a construção da identidade do meu filho.

Um livro que indico muito para crianças que adoram dinossauros e para adultos caretas que sempre dizem que os dinossauros já morreram.

Dados Técnicos do Livro: