Sinopse: A carismática Louisa Clark vai para Nova York, onde conseguiu um novo emprego, bem longe de Londres, de seu namorado, de sua família, e da zona de conforto a que sempre esteve acostumada antes de ter conhecido Will Traynor. Mas já se passaram muitos anos, ela já vivenciou muitas coisas – trágicas e alegres, e agora precisará se virar sozinha bem longe de casa. Seus novos patrões são os Gopnik, um casal super rico e que exige muita discrição. No tempo em que Lou Clark está trabalhando para eles, inevitavelmente, com seu jeito tagarela e contagiante de ser, acaba conhecendo pessoas e fazendo alguns amigos, dentre eles Joshua, que traz lembranças assustadoramente reais de Will. Mas Lou deixou seu perfeito namorado Sam com a confiança de que seria possível manterem um relacionamento à distância. E agora Clark está prestes a descobrir como é ter sua vida novamente virada de ponta cabeça.
Minhas impressões:
Sequência de Como eu era antes de Você e de Depois de Você (de leituras obrigatórias para não apenas entender este terceiro livro, mas para poder dele bem desfrutar), o leitor já tem uma boa ideia de alguns elementos que irá encontrar na história: muitos momentos engraçados efusivamente narrados pela protagonista mais alegre dos últimos tempos – Lou Clark, alguns dramas familiares e muitos altos e baixos ao longo da história.
Há quem diga que se cansou de Lou Clark e da insistência de Jojo Moyes por mais um terceiro livro. Mas eu digo: se você já leu os dois anteriores, por que não ler só mais este?
Para dizer um pouco mais, arrisco a eleger este terceiro livro como o melhor da série. Ele não é isento de falhas. Lou Clark ainda é assombrada pelas memórias de Will Traynor. Embora isso acrescente uma carga emotiva à história (que já tem o suficiente sem tais lembranças), é um pouco exaustivo para o leitor. Sei que o propósito foi reforçar o vínculo da trilogia, mas não creio que Moyes soube fazer esse elo de modo muito natural. Afinal, o modus operandi de Moyes para tanto foi tirar, quase que literalmente, algumas “cartas da manga” um tanto quanto forçadas a seu bel prazer e capricho. Por outro lado, há grandes acertos nesse romance. Vamos começar pelo título.
Eu me enganei achando que o título “Ainda sou eu” fosse apenas uma espécie de brincadeira da autora, na insistência de nos contar mais um aventura de Lou Clark. Moyes demonstrou, na verdade, um humor muito sagaz ao fazer uso dessa pequena autopiada de comiseração, mas o título é mais do que isso. É uma insistência da própria protagonista, dizendo a todos que, apesar de todas as mudanças, transformações e crescimento que passou nos últimos anos de sua vida, ela é, na essência, ainda a mesma Lou Clark que todos conhecem. Não diz isso numa forma autodepreciativa; muito pelo contrário, diz numa afirmação de quem se assusta como as pessoas podem simplesmente mudar e se afastar ao longo dos anos e sente tristeza ao constatar isso.
Outro grande acerto foi trazer novamente temas importantes. Se no segundo livro temos a questão do feminismo sendo retratada através da mãe de Lou, neste terceiro livro encaramos até questões LGBT por meio de outras personagens, sem nunca faltar, digo, uma dose de bom humor e drama misturados – que é uma qualidade natural das narrativas de Moyes.
Gostei também de como a importância das bibliotecas para as comunidades em geral é evidenciada na história, e que é um tema que sempre gosto muito de ver sendo abordado nos livros. É praticamente uma metalinguagem na literatura: “vamos falar do valor dos livros e bibliotecas através dos próprios livros!”.
Não exatamente por fim, mas só fechando a ideia de prós e contras, ainda que as “cartas tiradas da manga” por Moyes sejam um pouco forçadas, eu sou da filosofia de que, na vida, devemos sempre fazer limonadas com os limões que nos são dados. Apenas curta e aproveite o lado bom de tudo. Esteja à vontade para reclamar daquilo que não te agrada, mas nunca deixe isso ser maior que as boas consequências advindas. Aproveite a leitura em sua totalidade para viver Nova York através da pele de Lou Clark. Se você já foi para lá, reviva seus momentos com a ajuda de suas próprias memórias; se você nunca esteve em NY, faça como eu e sente-se em frente a um computador e pesquise os lugares citados no livro e descubra os encantos dessa gigante metrópole.
No mais, foi um livro que me proporcionou horas de entretenimento muito boas. Ri bastante, mas também chorei em alguns momentos por ser uma pessoa muito emotiva e porque o livro ajuda a criar empatia. É desses livros com histórias emocionantes e rápidas de ler, com temas bastante atuais e corriqueiros e uma carga jovial que sempre nos renova.
Sempre me perguntam: “mas precisava ser uma trilogia?”. A verdade é que, eu não sei. A vida de Lou Clark é como a vida de qualquer pessoa – talvez tirando um pouco de suas trapalhadas, pitadas de sorte/azar e muito carisma -, ela é aberta a inúmeras possibilidades que podem render inúmeras histórias. O fato é que: Lou Clark levou três livros para se tornar a protagonista de sua própria história. Então, em vez de responder, devolvo-lhes a seguinte pergunta: “De quantos livros você precisaria para se tornar a protagonista de sua própria vida?”.
Informações adicionais sobre o livro:
Capa comum: 400 páginas
Editora: Intrínseca; Edição: 1ª (8 de fevereiro de 2018)
ISBN-10: 9788551002810 – ISBN-13: 978-8551002810
Título original: Still me
Dificil responder. Quase sempre fui protagonista. Não sei se tudo foi acontecendo naturalmente ou se foi “ditado”. Fato é que percebi que o comando da vida estava em minhas mãos e assim segui … Contar minha trajetória poderia ser resumida em 10 linhas… Com certeza, ficariam muitas entrelinhas …
Particularmente, entendo que habitos bons e ruins modificam, mas a essência não se altera … se alterou é porque não era essência.
CurtirCurtido por 1 pessoa