Quem acompanha o Instagram já está sabendo que estamos passando um tempo no Canadá. Mais especificamente, em Kingston, Ontário.
Viemos com visto de trabalho do João, e, sendo eu e nosso filho dependentes dele, viemos com visto de visitante, mas podendo ficar tanto tempo quanto ele, já que, normalmente, esse tipo de visto só concede o direito a 90 dias de estadia.
Na lista de preparativos, incluo toda a pesquisa por imóvel onde morar no período, a compra das passagens, a própria documentação para os vistos e pesquisa por algumas informações específicas para quem vai passar tanto tempo fora do Brasil: entender, por exemplo, como funciona o sistema de saúde pública, o transporte público, etc.
Vou contar, então, como foram os preparativos, mais ou menos na ordem que as coisas foram acontecendo.
Documentos Pessoais e passaportes (exceto vistos)
Temos um filho pequeno, atualmente com três anos. Mas já sabíamos que João teria direito a uma licença-pesquisa em 2024, que é popularmente conhecida como “ano sabático”. Embora ele ainda não soubesse onde iria passar o ano sabático, era certeza que seria fora do Brasil, então sabíamos que os passaportes deveriam estar em dia. Naoki só tinha a certidão de nascimento na época, então nossa primeira providência foi fazer o RG dele, já no início de 2023. Com RG em mãos, Naoki e João foram fazer os passaportes, também ainda no começo de 2023. O meu ainda estaria dentro da validade, então economizamos um pouco nesse sentido.
Contatos profissionais e editais
Paralelamente à providência dos documentos necessários para a viagem, João estava sempre de olho em editais específicos para o tipo de licença dele, e sempre de olho em perfis profissionais com quem poderia entrar em contato para ter informações mais pormenorizadas sobre eventuais formas de financiamento para a pesquisa. Essa parte eu não sei bem ao certo como foi, mas resumo da ópera: João entrou em contato com um professor da mesma área dele da Queens University, e foi convidado a realizar seu trabalho de pesquisa no departamento deles. Com o tempo, por volta de março de 2023, recebeu a notícia da disponibilidade de uma espécie de bolsa para a pesquisa, e se inscreveu, sendo mais tarde aprovado para a bolsa.
Vistos
Tendo o aval da universidade e ainda uma bolsa para ajudar a custear as despesas da bolsa, era hora de ir atrás dos vistos. Como disse antes, nesse tipo de pesquisa, o visto é para trabalho (e não estudo), o que garante aos dependentes (filhos e cônjuge) o direito de acompanhá-lo. No caso, eu poderia também procurar um emprego uma vez estando no Canadá, como cônjuge dele, mas nunca foi a intenção, já que eu vim na condição de tirar um tempo de licença também, mas depois retomar meu trabalho de forma remota mesmo. Para o Naoki, que é criança, ele tem direito a usufruir de uma creche pública, mas também decidimos por não matriculá-lo.
Procura por moradia
A procura por moradia iniciou-se também paralelamente ao trâmite dos nossos vistos. Embora tivéssemos achado um site bem legal para realizar a busca de uma casa/apartamento (Sabbatical Homes), como o período ainda estava longe, só fechamos o contrato lá por meados do segundo semestre de 2023. Mas foi bom começar as buscas logo, porque fomos nos familiarizando com a mapa da cidade, descobrindo as melhores regiões para morar, e onde ficaria fácil para o João se deslocar a pé para o trabalho.
Busca de informações da cidade e criando listas no Maps
Pesquisando muito no Maps para ver as melhores localidades de moradia, já fui salvando no Maps tudo que eu gostaria de conhecer na cidade e me informando sobre atrações turísticas, bibliotecas, museus, livrarias, supermercados e formas de se deslocar pela cidade.
Compra de passagens aéreas
Claro que a busca por preços de passagens também começou bem antes da etapa de efetivamente comprá-las. Uma dica é monitorar os preços das passagens pelo Google Flights. Quando elas baixarem, talvez seja hora de comprá-las. Nossas passagens de ida só foram compradas em setembro, mas como ainda existia uma remota possibilidade de a gente não ir para o Canadá no final das contas, tivemos de comprá-las numa tarifa mais cara que nos permitia o reembolso de 95% do valor. De qualquer forma, monitorar os preços foi de grande ajuda, para vermos a flutuação de preços e decidir quando estava valendo a pena.
Tendo criança pequena, nossa intenção sempre foi de fazer voo direto, para poupá-la um pouco do grande e cansativo trajeto, e por isso dividimos a viagem para não fazê-la toda de uma vez. Dormimos uma noite em São Paulo antes de sairmos para Montreal. Ainda assim, sentimos que foi bem puxado para ele (e para nós também).
Check-ups de saúde e atualização das vacinas
Já mais próximo do fim do ano, nós três passamos por um último check-up anual de dentista; Naoki e João estavam com as vacinas da gripe atrasadas, então eles a tomaram, e Naoki ainda fez uma última visita ao pediatra. As demais vacinas do Naoki estavam em dia, então o pediatra só deixou receitado alguns medicamentos para o caso de emergência. Mas nós providenciamos também nessa etapa um seguro viagem de três meses, apenas para nosso filho.
Uma das coisas que pesquisamos enquanto nos informávamos sobre a cidade era sobre como usufruir do sistema de saúde pública deles. O tipo de visto do João nos dá o direito de integrar o sistema de saúde pública deles, mas eu havia lido que poderia haver uma certa demora para conseguirmos de fato usufruí-lo. Então pensamos em um seguro viagem, apenas por precaução, para ele. Mas, felizmente, quando já estávamos bem próximos do dia da viagem, topei com uma notícia que não existia mais essa etapa que demorava para de fatos estarmos integrados ao sistema e que, tão logo nós aplicássemos, já teríamos direito.
Outras etapas
Uma outra precaução que tive foi conversar com a coordenadora da escola do Naoki, para tirar algumas dúvidas. Foi muito bom fazer isso, porque me deixou bem tranquila. Um grande receio nosso era não apenas ele perder a vaga da escola, mas saber se havia necessidade de algum acompanhamento profissional durante a adaptação dele no Canadá, mas ela me assegurou que Naoki se adaptaria muito bem, por ser uma criança bastante sociável, curiosa, e porque nessa idade eles realmente aprendem muito rápido.
Também, mais próximo do dia do voo em si, compramos nossas passagens de trem de Montreal para Kingston, que conto como foi a viagem em outro momento.
Ufa! Acho que basicamente, nossos preparativos foram esses. O texto do post ficou longo, mas pode ter certeza que cada etapa acontecendo foi muito mais demorado do que fiz parecer. Mas no final, deu tudo certo.
Assim, este será o primeiro post da série Canadá – 6 meses, onde irei contar nossa experiência morando fora do Brasil por meio ano. Fiquem ligado e nos acompanhe.
Obrigada por compartilhar essa experiência por aqui! Será um prazer ler sobre essas peripécias. Que corra tudo bem e seja uma estadia maravilhosa
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