Louise Bourgeois nasceu no dia 25 de dezembro de 1911, perto da capital francesa, Paris. Sua obra mais conhecida é Maman, a gigantesca escultura de metal e mármore de uma aranha com seus ovos. Mas ela não foi somente escultura, e viveu a arte ativamente até seus 98 anos, quando faleceu, no ano de 2010, em Nova York.
Viveu com sua família numa cidade perto de Paris, onde sua mãe realizava trabalho de tapeçaria, como tecelã, e que Louise adorava dar seu toque artístico nas partes gastas, que costumavam ser as regiões inferiores das peças. Ela foi uma criança muito talentosa para a área matemática, e era muito próxima de sua mãe. Quando ainda estava estudando na escola, sua mãe adoeceu gravemente, e Louise dividia seu tempo de estudo com os cuidados dirigidos à mãe, sua eterna fonte de inspiração.
Louise sempre gostou muito de escrever e desenhar, e entendia como a arte conseguia acalmá-la e deixá-la menos assustada com a perspectiva de perda de sua mãe.
Quando foi para o ensino superior, começou a estudar Matemática, mas, infelizmente, sua mãe veio a falecer nesse período. Louise decide, então, largar o curso de exatas e ir estudar Artes, formando-se no ano de 1935. Em meio ao universo artístico, ela veio a conhecer Robert Goldwater (1907-1973), que era um historiador e professor de artes americano, com quem se casou e, em seguida, muda-se para Nova York, onde o marido lecionava. Foram casados até a morte de Goldwater, mas ela não parou de produzir arte.
No tempo em que estiveram casados, ela se tornou uma escultora renomada; a primeira escultora mulher a ter uma exibição solo no Museu de Arte Moderna de Nova York, diga-se, mesmo quando a maioria dos artistas na época ainda era predominantemente masculina.
Mas foi somente aos 87 anos que ela veio a criar sua obra mais icônica, a Maman.

Já falei de como cheguei a conhecer Maman e sua criadora, e de todo o percurso que se desenrolou aqui para que fôssemos ver uma das esculturas pessoalmente. Mas quando li o livro de Fausto Gilberti (abaixo), fiquei impressionada ao descobrir que aos 87 anos ela ainda estava não somente artisticamente ativa, como desenvolvendo sua obra mais impressionante.

Quando fomos ver a versão de Maman exposta no National Gallery of Canada, onde acabei adquirindo o livro em questão, minha própria avó estava com 86 anos, e está a completar 87 no final do ano. E ela aos 86 anos sempre surpreende as pessoas por sua força, impressionando a todos por sua mobilidade e energia. No caso, ela nada três vezes por semana e frequenta aulas de dança, além de participar de um projeto de voluntários majoritariamente constituído de pessoas da terceira idade. Fiquei imaginando uma senhora com a idade da minha avó idealizando uma obra como Maman e colocando a mão na massa para fazê-la acontecer, e bom, claro, consegui imaginar, pensando em minha própria avó.
Esse livro também me deixou muito emocionada, porque conta de uma forma muito linda, como a mãe de Louise sempre a inspirou, e o que a escultura, que se chama nada menos que “mamãe”, em francês, representava para a artista.
As aranhas são criaturas sempre ocupadas, tecendo seus fios para fiar suas teias. Era como via sua mãe, uma tecelã sempre em movimento, tecendo seus próprios frios. Mas debaixo de uma escultura tão gigantesca como Maman, torna-se inegável a presença da figura materna, sempre olhando por ela, lá de cima, seja onde ela estiver.
Fontes:
GILBERTI, Fausto. Louise Bourgeois: Made Giant Spiders and Wasn’t Sorry. Nova Iorque: Phaidon, 2023.
Wikipedia, 2024. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Louise_Bourgeois. Acesso em 31 de julho de 2024.
Imagem da capa do post: Divulgação. Disponível em: https://www.wikiart.org/pt/louise-bourgeois
Dados Técnicos do Livro:
- Capa dura: 48 páginas
- Autor e ilustrações: Fausto Gilberti
- Editora: Phaidon Press; 1ª edição (12 abril 2023)
- ISBN-10: 1838666249 – ISBN-13: 978-1838666248