Sinopse:
Joan Goodwin é obcecada pelo Universo desde que se entende por gente. Atenciosa e reservada, ela está satisfeita com a vida de professora universitária e como tia de Frances, sua sobrinha precoce. Isso até se deparar com um anúncio da Nasa à procura de mulheres cientistas interessadas em integrar o primeiro projeto do programa Ônibus Espacial. De repente, tudo o que Joan mais quer é ser uma das poucas pessoas a ir para o espaço.
Taylor Jenkins Reid é uma de minhas autoras favoritas. Quando pego para ler algum livro dela, sei que vou terminar o livro satisfeita, mesmo que não necessariamente apaixonada pela história. Foi o que aconteceu em “Atmosfera”. Apesar de TJR ser bastante querida e ter muitos fãs, não senti que o livro está no hype das leituras, ainda que lançado agora em junho (2025); embora, claro, tenha muita gente lendo sim.

Não fosse pelo Clube Namanita, talvez eu não fosse ler tão cedo o livro, porque tenho tentado dar mais atenção aos livros que estão parados em casa, mas como a última leitura foi um pouco arrastada, decidi me juntar à leitura coletiva para ter um gás maior. Valeu a pena, claro.
“Atmosfera” demorou um pouco a me encantar, confesso. Mas ele tem algo especial em relação a outros livros da TJR que eu gostei muito: finalmente uma protagonista por quem nos afeiçoamos! Joan é um amor de pessoa, e foi tão satisfatório simplesmente poder curtir e torcer pela protagonista sem quaisquer ressalvas. Eu adorei ler “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo“; foi um favorito à época, mas eu amei o livro APESAR da Evelyn. Aqui, inverti: eu amei Joan APESAR de que o livro, nem tanto. Não me entendam mal, eu curti a história e recomendo. É uma ótima leitura de entretenimento. E também aprendi uns jargões de astronautas para usar com meu filho para além de “Houston”.
Assim como Joan, sempre amei olhar para o céu, e tenho com ela uma conexão muito grande em relação às minhas crenças. Eu brinco que se fosse uma nerd da matemática, eu poderia ser uma cientista. Mas não é o caso, e os números não me atraem tanto. Também não sei muito sobre estrelas, mas me divirto com o Stellarium (um app que identifica as constelações no céu em tempo real) e uma das minhas alegrias atuais é acordar e poder ver Vênus e Júpiter brilhando fortemente no céu (aqui, obrigada Stellarium, por me ajudar a identificá-los). Também li com meu filho o livro “Os mistérios do Universo”, que é esse que aparece ao fundo do livro “Atmosfera” na foto acima. Meus parcos conhecimentos sobre o espaço se resumem a isso, porém. O que quero dizer é: não precisa ser um apaixonado pelas questões do universo para gostar do livro. Na verdade, achei até um pouco cansativas as reflexões sobre o universo, a vida e tudo mais de Joan, porque eu fui uma adolescente que leu já muito Jostein Gaarder e essas questões não me soaram como algo fascinante dessa vez.
A história de Joan traz, porém, outras marcas já conhecidas da autora e que ela costuma trabalhar muito bem: temas como LGBTQIA+, feminismo e maternidade são abordados em “Atmosfera”, com as características de seu contexto, claro, mas acho que o tema da maternidade é diferenciado neste livro.
O ambiente em que Joan trabalha é misógino. Pense na NASA nos anos 80. O leitor sabe muito antes da própria Joan que ela é lésbica, mas a trajetória do autodescobrimento é uma das coisas que curtimos acompanhar em meio à rotina enfadonha de seu treinamento, carregado de comentários machistas por alguns colegas de trabalho. Mas, zero surpresas aqui, e que já havia adiantado, gostei muito de como o tema da maternidade foi desenvolvido. Diga-se de passagem, o que Joan tem de adorável, sua irmã Bárbara tem de detestável. TJR não ia nos deixar sem nenhuma personagem intragável, certo? Pois é. Bárbara é mãe de Frances, a sobrinha pela qual Joan daria sua vida se preciso fosse. E é interessante acompanhar a dinâmica entre as três. Interessante é uma sutileza minha, para não dizer que os leitores irão, possivelmente, se irritar. Com Bárbara, claro.
Já o final me deixou num misto de tensão e tristeza. É um daqueles momentos que nos faz ver o quanto amamos viver. Entendem a potência de um livro nos provocar isso? Então, sem nenhum constrangimento: eu chorei horrores no fim.
Se o livro foi na média “morno” para mim, com algumas partes me deixando irada, o final fez valer toda a leitura e mais uma vez constatar que a TJR sempre acerta.
Dados Técnicos do Livro:
- Capa comum: 336 páginas
- Autora: Taylor Jenkins Reid
- Editora: Paralela
- Data da publicação: 3 junho 2025 – 1ª edição
- ISBN-10: 8584394672 – ISBN-13: 978-8584394678