Carnaval literário

Chegou mais um carnaval, que todo ano é comemorado na escolinha do Naoki. Até ano passado, era eu mesma quem decidia a fantasia dele, com base no que tinha em casa. Este ano, porém, ele já se prontificou a pensar o personagem. Ele quis o Capitão Gancho do Peter Pan. Mas vocês acham que esse meu menino criativo se contentou com o Capitão Gancho que conhecemos do desenho e da historinha? Claro que não, ele já criou todo o spin-off na cabeça dele, e queria o chapéu do Capitão Gancho, mas não queria o gancho. Então decidi que a fantasia dele seria do Capitão Gancho antes de o crocodilo devorar sua mão.

A fantasia é pra escola, como disse há pouco, e, pensando não só nos valores pelos quais a escola prima, mas também em algo que eu e meu marido acreditamos ser importante, decidimos que a fantasia não teria também alguns elementos comumente associados a piratas, as armas. Nada de espada e nada de pistola, mesmo que fossem só de papelão. Explicamos para o Naoki que não faríamos a espada que ele tanto queria, mas prometi um mapa do tesouro e uma luneta, coisas que todo pirata também sempre tem em mãos. Ele se empolgou com a ideia.

Quando fui atrás da fantasia, mesmo que este ano eu tenha me programado um pouco melhor, ainda corria o risco de atrasar caso eu encomendasse. Havia modelos lindos e com preços justos na Elo7, mas corri aqui numa loja de festas e encontrei um chapéu de feltro, que acredito que era para ser o chapéu do gato de botas ou algo parecido. Costurei as abas laterais à mão mesmo, e sem muito capricho, porque não detenho tais habilidades. Adicionei também uma espécie de corrente dourada por toda a circunferência da aba, para ficar mais customizada. Colei com cola quente mas também dei alguns pontos ao longo da volta, só para garantir (crianças não são delicadas, né?). Também colei E.V.A. por dentro, para que o chapéu não ficasse caindo e girando na cabeça do meu filho, já que o chapéu é para adulto e feito em tamanho único.

A roupa, eu tentei ser o mais prática possível, porque está fazendo muito calor, e não fazia pra mim sentido fazer a criança cozinhar dentro de camadas de roupa, então simplifiquei. Camiseta branca no lugar de camisa, e nada de casaco por cima. Shorts preto ao invés de uma calça preta. E bom, nos pés, o que ele preferir. Tênis preto serve. Ou galochas, se ele quiser muito.

O mapa eu adaptei colando fitas e desenhando por cima delas, porque Naoki não quis que eu pintasse a bandeira do Intrínsecos, com citação do William Shakespeare. Ele não sabe obviamente o que está escrito e nem quem é Shakespeare, mas ele simplesmente disse que não queria que eu pintasse, porque a escrita do jeito que estava já lembrava os escritos de mapas antigos. Muito justo.

A luneta foi feita com a junção de um rolo de pano reutilizável e um rolo de papel toalha. O do pano é mais grosso o papelão e também tem uma circunferência um pouquinho maior que a do papel toalha, então deu certinho para só encaixar uma dentro da outra. Pintei de preto para ficar mais com carinha de luneta pirata, mas nas bordas utilizei a washi tape verde mesmo, e o que sobrou de uma xadrez, que era o que tinha em casa.

Enfim, o resultado é esse. Por enquanto, não temos foto da criança vestida, mas já serve de inspiração para mamães que talvez como eu, não tenham muito tempo para fazer nada grandioso e mesmo assim divertido. Como a maioria dos materiais já tínhamos em casa, inclusive tinta preta e o cordão dourado que usei no chapéu (era de um cordão de enfeitar árvore de Natal que eu já não usava há anos), o custo mesmo da fantasia foi o preço do chapéu: R$ 46,00. O chapéu é de feltro e já tinha com a fita preta, a fivela dourada e a pena preta.

Gostaram do resultado? Essa foi mais uma fantasia para o Carnaval inspirado numa história infantil, e por isso eu apelido essa festa aqui em casa de Carnaval Literário. Você pode encontrar outras inspirações de fantasias inspiradas no mundo literário no meu Pinterest.