Pequeno aviso: soltando post adiantado no Domingo. Segunda-feira não teremos postagem no blog, então, ok? Volto normalmente na quinta-feira.
Mais uma leitura da Rainha do Crime concluída! Essa, fruto de uma aquisição numa feirinha de troca de livros que teve aqui na minha cidade há algum tempo já.


Sinopse:
“Agatha Christie não parou de escrever desde o fim da primeira guerra mundial até a data de sua morte, em 1976.
Sua primeira criação, o detetive belga Hercule Poirot, ganhou imediatamente fama mundial, fazendo de sua criadora o maior best-seller de toda a história do livro.
Mas não só Hercule Poirot merece as atenções dos leitores de Agatha Christie. Há também a versão feminina, embora completamente diversa dele, do famoso detetive: Miss Marple.
Aqui, ela está às voltas com um crime, por assim dizer, paroquial.
Trata-se de um Coronel de nome Protheroe. Personalidade indesejável, algumas horas antes de ser assassinado, arrancara do Pastor de sua cidade as seguintes palavras:
“Qualquer pessoa que matasse o Coronel Protheroe estaria prestando um grande serviço ao mundo”.
De fato, o Coronel acaba de ser assassinado − só que na própria casa do Pastor!”
Essa é a segunda vez que leio um livro com a Miss Marple. Ainda não consegui realmente me decidir qual personagem prefiro, se Jane Marple ou Hercule Poirot. Ambos são muito bons, cada um à sua maneira, embora, realmente, a meu ver, os dois se utilizem de uma aguçada lógica e uma surpreendente organização de raciocínio.
Jane é afável e fica horrorizada com a ideia de levar os créditos pela resolução dos casos, mesmo quando ela os deduza sozinha. Diferentemente de Poirot, ela sente-se de alguma forma compelida a compartilhar com alguém de confiança suas teorias, de modo a colaborar deliberadamente com a solução de um crime, expondo-as de forma muito clara e indefectível; frequentemente, ainda, apontando seus próprios defeitos com bom humor, contrastando com a falta de modéstia de Poirot que a maioria dos leitores já bem conhece. No caso deste livro, podemos ficar com as palavras do próprio pastor (Leonard Clement) para ilustrar o que quero dizer:
“Nunca tinha gostado tanto de Miss Marple quanto nesse momento, com sua percepção humorística de suas próprias fraquezas.”
Miss Marple, neste livro, assim como em Os Relógios (leia a resenha de Os Relógios clicando aqui), com Poirot, não se mostra como personagem principal. Está ali, como uma dos personagens que interagem com o narrador (o próprio pastor), aparecendo vez ou outra ao longo da história, mas claro, sempre com participação fundamental para a elucidação dos fatos, sempre trazendo informações imprescindíveis ao leitor atento, e ganhando destaque ao final, por ser a verdadeira responsável pela solução do caso.
Miss Marple é uma senhora solteirona que vive na pequena aldeia (fictícia) de Saint Mary Mead. Sempre muito atenta, observadora e crítica do comportamento humano, de quem sempre espera o pior. Curiosamente, neste livro, “Assassinato na Casa do Pastor”, nos deparamos pela primeira com a aparição da aldeia de St. Mary Mead e também de Miss Marple num romance. Então, é sim uma leitura muito indicada para se iniciar um aprofundamento nos livros de Agatha Christie!
Confesso, porém, que esse não foi o melhor livro de Agatha Christie que li, mesmo que eu tenha lido poucos. É um caso relativamente simples, mas igualmente intrigante aos que conheço. Mérito da escritora, obviamente, que consegue de forma melindrosa envolver o leitor e despistá-lo logo em seguida. Tenho até medo de falar demais das minhas impressões dessa leitura e acabar dando algum spoiler. Toda cautela é apreciada aqui!
Assim, vou falar de outras coisas do livro e da leitura.
Gostei particularmente deste livro por ter entendido uma referência de 1910, a quem devo a compreensão ao querido escritor irlandês John Boyne. Logo no comecinho da história, a pessoa de Hawley Crippen é mencionada. Crippen foi um médico britânico acusado e condenado pelo assassinato de sua própria esposa, Cora, esquartejando seu corpo em pedaços e enterrando-os no porão de sua casa. Foi um caso de alta repercussão e que até hoje envolve muitos mistérios. Desde então, inúmeros livros contam a história, alguns de forma fictícia, como é o caso do livro “Crippen”, escrito por John Boyne (ainda sem tradução em português, mas muito bom para aqueles o puderem ler em inglês mesmo).
Às vezes me choca um pouco quando leio um livro contemporâneo e não entendo alguma referência, mas ao ler esses livros mais antigos (“Assassinato na Casa do Pastor” foi originalmente publicado em 1930), não tenho maiores dificuldades. Peculiaridades de leitor, penso eu.
Foi uma leitura rápida, embora bastante pausada. Levei mais de uma semana para concluir o livro por necessidade de dividir o tempo com outros afazeres pessoais, mas nesse período, só peguei o livro para lê-lo efetivamente 3 vezes, avançando, curiosa, uma porção de páginas de uma só vez. Então, é um livro que dá para ler bem rápido na verdade.
No mais, claro, precisaria ler outros tantos livros para apontar eficientemente alguns aspectos dos livros de Agatha Christie, mas notei algumas similaridades entre um livro e outro. Não que eu possa dizer que a escritora se utilizava de determinadas formas para escrever seus romances policiais, mas é notável, por exemplo, sua fixação por relógios ou horários como elementos na trama; também, como já dito, a forma de Miss Marple e Poirot equacionarem os acontecimentos se dá de forma muito parecida (embora os articulem de forma bem diversa); e por fim, a forma como a trama toda se inicia: tudo normal aparentemente, e de repente há uma morte misteriosa, num local improvável (ou ironicamente inconveniente, que ganha ressignificados de improvável). Espero estar enganada quanto a essas semelhanças, pois seria muito interessante notar versatilidades na forma de Agatha apresentar um romance policial. Mas para isso, vou precisar seguir lendo outros livros da dama do crime. Alguém me indicaria algum?
E você? Prefere Poirot ou Marple? Quais livros já leu e recomenda?
Informações adicionais sobre o livro:
Não encontrei exatamente dados da edição do meu livro para compra, a mais próxima foi essa daqui, pela Amazon.
Mas você pode encontrar edições mais modernas, como à descrita abaixo, da editora L&PM (meu exemplar é o da 6ª edição de 1980, com reimpressão de 1986, pela editora Nova Fronteira):
Capa comum: 264 páginas
Editora: L&PM (22 de maio de 2015)
ISBN-10: 8525432261 – ISBN-13: 978-8525432261
Título Original: Murder at the Vicarage
Confesso que ainda não li nenhuma obra dela. Assim, infelizmente, não tenho uma obra a indicar.
Embora não tenha lido, fiquei interessada em ler. Quem sabe não seja um início … 🤗🤗🤗
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Se Vc gosta de suspense, romance policial, não tem como não gostar de Agatha Christie 😊
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Preciso ler algum livro dessa autora. Gosto de romances policiais, mas n conheço nada da Agatha Christie.
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Então realmente precisa! Pode começar por esse, se for ler da Miss Marple ou O Misterioso caso de Styles, se for com o Hercule Poirot. 😘
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Valeu pela dica. Obrigada!
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Já li alguns, prendem a atenção e sempre divertidos, recomendo.
Bjs.
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Republicou isso em Memórias ao Vento.
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Li “Cem Gramas de Centeio” com Miss Marple, “A Extravagância do Morto” e “Assassinato no Beco” com Poirot. Todos bons. Percebi que relê-los não seria má idéia, tanto quanto aumentar minha coleção desta escritora que desde a infância me fascina, mas nunca li muito. Penso em seguir a ordem do lançamento dos livros, idéia que me agrada.
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Não li nenhum desses, mas, ssim como você, eu espero reler alguns livros dela e, claro, ir sempre aumentando a coleção. Também teve resenha aqui no blog de “Os relógios”. Dá uma olhada, se lhe interessar. Vou procurar saber desses que você leu também!
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