Resenha: Batman – Ano Um – Frank Miller & David Mazzucchelli

Olá, queridos leitores.

Inauguro uma nova era não apenas no blog, mas em minha vida, com este post.

Estou brincando, mas há um pouco de verdade no que acabei de falar. Por quê?

Bem, é a primeira vez que eu li uma HQ da DC. Na verdade, para todos os efeitos, é a primeira vez que eu leio uma HQ de herói. Daqui a pouco estarei até assistindo aos filmes de Star Wars, e onde isso vai parar? Ok, brincadeira novamente. Mas é realmente minha primeira leitura de HQs de heróis.

Como alguns de vocês devem saber, para o ano de 2019 eu me impus a meta de ler mais Histórias em Quadrinhos, e Ano Um foi minha primeira HQ do ano, inaugurando a meta com chave de ouro!

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Tive a honra de ler essa HQ antes do meu marido. O livro, na real, foi presente de amigo secreto que ele ganhou no nosso natal literário entre amigos.

Eu queria ler algo rápido paralelamente a outra leitura que estava um pouco travada, mas não queria que fosse nada que me tirasse o foco do livro também. Eis que meu marido me sugere a leitura de Batman.

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Não vou mentir para vocês. Eu tinha minhas resistências à leitura. Achei que não iria gostar. Achei que ia demorar. Achei, sinceramente, que eu não ia entender nada, mesmo conhecendo um pouco do Batman por filmes pelo menos. Mas como eu adoro estar enganada. Foi tudo o contrário do que imaginava. Eu adorei, eu queria ler tudo numa sentada só. Acontece que já era de noite quando comecei e próximo ao horário em que nos deitamos. Meu marido foi o primeiro a se entregar e dizer: “vou dormir”. Quando ele me falou que horas eram, eu me assustei um pouco e concluí “ok, hora de dormir”. Fiquei me debatendo na cama, se sono, pensando no resto da história (faltava pouco, mas eu tinha que acordar cedo no dia seguinte, e os minutos sem dormir que levariam para eu terminar de ler fariam falta ao longo do dia). Terminei de ler logo pela manhã, se querem saber. Então, não, não foi uma leitura NADA demorada. E também não me senti uma ignorante em momento algum. Posso ser uma mera iniciante e não saber praticamente nada sobre o Batman, mas esse arco para mim foi completamente compreensível e, além, foi incrível.

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Foi bem fácil me situar quanto à história, porque há uma introdução antes de mais nada. Nessa intro, é explicado ao leitor que houve uma espécie de proposta de repaginação, de reformulação em 1986 do quadro editorial da DC. Alguns de seus heróis já contavam com mais de meio século de idade desde a criação e teriam de ser atualizados sob pena de se tornarem “datados”. Para começar, iriam mexer nos três personagens mais icônicos: Superman, Mulher-Maravilha e Batman. Analisando o personagem de Batman, porém, o que se concluiu era que sua origem, de 1939, por Bob Kane e Bill Finger estava perfeita.  Seria um enorme desafio, portanto, mudá-la. Por fim, decidiram por não alterá-la, mas refiná-la, e Frank Miller aceitou o desafio, e o resultado foi Ano Um.

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Assim, com roteiro de Frank Miller e arte por David Mazzucchelli, estamos diante de uma obra muito talentosa.

Minha avaliação no Good Reads levou 4 estrelas. Mas devo dizer que minhas ressalvas nem são quanto à história em si. Eu adorei! Achei-a impressionantemente sintonizada: a sensibilidade da escrita de Miller casa incrivelmente bem com os belos e expressivos traços de Mazzucchelli. Sombrio, dramático e emotivo na medida certa.

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Não levou 5 estrelas por apenas dois motivos:

  1. Não gostei da escolha da fonte na narrativa e pensamentos de Bruce Wayne. Sei pelo(s) Posfácio(s) que a escolha foi a mais fiel possível da HQ original. Mas, como irmã de um designer e, um pouco disléxica que sou, muitas vezes primo mais pela praticidade que pela beleza. Não gosto daquela fonte manuscrita e ponto final. Trava-me a leitura porque não a acho fácil de ler. Tenho problemas, e daí? Se afeta minha experiência com a leitura, é algo que irei criticar sim.
  2. Tenho certeza que Richmond Lewis é uma colorista renomada e talentosa, mas fiquei um pouco com pena de ver os lindos traços de Mazzucchelli se obliterarem em meio a cores por vezes tão sólidas. De forma alguma eu esperava que uma HQ preto e branco. Embora, de verdade, não fosse achar ruim se assim o fosse. Desculpem-me se eu estiver falando bobagem, é só que pelos esboços de Mazzucchelli ao final da Graphic Novel, senti que um pouco da alma de suas ilustrações foram roubadas pelas cores, e nem sei explicar muito bem o porquê.

No saldo final, porém, minha avaliação à HQ é excelente! Se quero ler mais HQs do Batman depois dessa? Minha resposta é COM CERTEZA! Não tenho dúvidas de que ter escolhido uma HQ de um personagem que eu já conhecia contribuiu bastante para uma experiência positiva. Mas como eu havia dito ao meu marido: “já que é para começar a ler HQs de heróis, vamos começar pelos melhores, né?”. Quem concorda? Deixe aí nos comentários sua opinião.


Informações adicionais sobre a HQ:

Capa dura: 148 páginas

Editora: Panini; Edição: 1ª (10 de maio de 2017)

ISBN-10: 8573517948 – ISBN-13: 978-8573517941

Título Original: Year One

8 comentários

  1. As minhas primeiras leituras, na infância, foram os gibis. Nem sempre fui adepta a leituras. Aliás, ainda leio muito pouco e geralmente o necessário.
    Nessa esteira de pouca leitura, os gibis caiam bem. Preferia os de leitura rápida e com poucas falas, logo terminava 😆
    Ah, sim, os gibis não eram meus. Eram de uma vizinha.

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  2. Sempre assisto mais adaptações dos heróis da Marvel, mas fiquei até com vontade de conhecer a história do Batman, de preferência com um a edição lindíssima como esta. Bela resenha! 🙂

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