A Resposta – Kathryn Stockett

A Resposta, de Kathryn Stockett foi nossa sexta leitura pelo Clube do Curinga, escolha feita pela Marie (siga o IG dela @jujuba.literaria). Ah, Marie, que livro! Muito obrigada por ter nos apresentado ele! Pelo menos para mim, acho que estava precisando MUITO ler algo assim, que me enchesse de esperança.


Sinopse:

Uma história de esperança. Um marco na Literatura. Eugenia Skeeter Phelan terminou a faculdade e está ansiosa para tornar-se escritora. Após um emprego como colunista do jornal local, ela tem uma ideia brilhante, mas perigosa: escrever um livro em que empregadas domésticas negras relatam o seu relacionamento com patroas brancas do Mississipi na década de 60. Mesmo com receio de prováveis retaliações, ela consegue a ajuda de Aibeleen, a empregada doméstica que criou 17 crianças brancas, e Minny, que, por não levar desaforo para casa, já esteve por diversas vezes desempregada após bater boca com suas patroas. Aproveitando o surgimento das primeiras manifestações em defesa dos direitos civis, Skeeter espera que seu livro choque as pessoas brancas preconceituosas e traga orgulho e esperança à comunidade negra de Jackson, condado onde se passa a história. Ao mesmo tempo, com a possível publicação do livro, ela espera quebrar as suas próprias barreiras e realizar o sonho de sua vida.


Minhas impressões sobre o livro:

Fazia tempo que um livro não me prendia como esse. Por estar com muitas leituras na fila, eu decidi lê-lo no app do Amazon Kindle, para poder carregá-lo pra cima e pra baixo, a todos os lugares. E deu super certo. Eu aproveitei cada pedacinho de tempo livre para ler. Lia um pouco no caminho para o trabalho, antes de começar o expediente, às vezes tomando café da manhã, almoçando, na cama antes de dormir, e cheguei a ler até na academia, enquanto caminhava na esteira. Também fazia tempo que eu não madrugava por causa de um livro, no final de semana que eu o decidi terminar antes de dormir, cheguei a ficar acordada até depois das 2h da manhã, o que é algo meio incomum hoje em dia para a alma velha que tenho presa a um corpo ainda jovem.

Também foi meu recorde de leitura de um livro no Clube do Curinga. Geralmente eu termino a leitura selecionada na penúltima semana do mês, mas A Resposta foi concluída na madrugada do dia 5 para o dia 6, ou seja, na primeira semana de outubro! Os motivos? Ah, o livro é deliciosamente maravilhoso! Quando eu trouxe as minhas primeiras impressões sobre a leitura (ainda no segundo capítulo do livro), eu já estava contando a todo mundo que a história era tão boa que eu nem me sentia lendo, parecia que eu havia me sentado e estava escutando alguém contar a história, não parecia um esforço. Se toda leitura fosse assim, creio que conseguiria ler muito mais. Mas sei que a experiência literária completa não funciona assim, e que sempre haverá aqueles livros mais difíceis. É normal, e isso é bom, porque nos faz crescer e nos faz saber apreciar um livro como A Resposta na grandeza que ele merece.

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Domingo é o dia oficial da preguiça. E aqui, vou aproveitá-lo pra começar a leitura de "A Resposta", de Kathryn Stockett, livro selecionado pela Marie (@jujuba.literaria) para nossa leitura conjunta de outubro pelo #Clubedocuringa. Depois vou com certeza ver o filme, que tem minha diva linda, Emma Stone ♡ Sinopse: Eugenia Skeeter Phelan terminou a faculdade e está ansiosa para tornar-se escritora. Após um emprego como colunista do jornal local, ela tem uma ideia brilhante, mas perigosa: escrever um livro em que empregadas domésticas negras relatam o seu relacionamento com patroas brancas do Mississipi na década de 60. Mesmo com receio de prováveis retaliações, ela consegue a ajuda de Aibeleen, a empregada doméstica que criou 17 crianças brancas, e Minny, que, por não levar desaforo para casa, já esteve por diversas vezes desempregada após bater boca com suas patroas. Aproveitando o surgimento das primeiras manifestações em defesa dos direitos civis, Skeeter espera que seu livro choque as pessoas brancas preconceituosas e traga orgulho e esperança à comunidade negra de Jackson, condado onde se passa a história. Ao mesmo tempo, com a possível publicação do livro, ela espera quebrar as suas próprias barreiras e realizar o sonho de sua vida. Quem quiser ler tb, me envia um DM 😉 #leituracoletiva #leiamulheres #bertrandbrasil #bibliófilo #bookstagram

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Aibeleen e Minny são minhas personagens favoritas no livro. Aibeleen é carinhosa, bondosa, e passa seus ensinamentos às crianças brancas de quem cuida com essa mesma magnanimidade. Quantas vezes não quis entrar no livro e abraçá-la? Minny já é mais desbocada, desconfiada, do tipo que não leva desaforo, mesmo sabendo os riscos que corre ao enfrentar os patrões brancos, mas é uma pessoa de coração tão grande que tudo só pode funcionar assim com ela, intensamente.

Algumas pessoas reclamaram que as personagens negras, principalmente Aibeleen e Minny são construções clichês e estereotipadas. Sinceramente, eu não tenho dizer sobre isso. Não sou branca, não sou negra. Sei que pertenço a uma classe social privilegiada, e, que o preconceito que existe em relação a descendentes de asiáticos é bem diferente do sofrido pelos negros. Sei que discutir racismo não tem nada a ver com carga de sofrimento. Isso é ridículo, mas não posso simplesmente fechar os olhos. Mas, independente das críticas às personagens, para mim, o livro retrata muito bem o absurdo do racismo, que nada têm a ver com as personagens negras quiçá estereotipadas. Sejam elas estereotipadas ou não, as manifestações racistas dos personagens brancos não deixam de ser menos absurdas. E isso pode não bastar, é verdade, mas é uma tentativa de mudar as coisas.

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O livro trata de temas como racismo, empoderamento e feminismo com uma carga emocional bem forte mas com uma leveza que traz, muitas vezes, boas risadas. Sei que Stockett não escreveu o livro com a pretensão de ser engraçado (nossa, como eu ri!), mas o humor vem como um bônus à narrativa, que também tem seus momentos de aflição, passagens de partir o coração e que dão muita raiva. Mas, como falei no começo do post, o livro me deixou esperançosa, um sentimento que me anda raro nesses tempos de ódio. Felizmente, somado a essa leitura, que veio num momento muito propício (pois volta e meio me pego nesse torpor de perspectiva em relação à própria humanidade), tenho conhecido algumas pessoas maravilhosas que me ajudam diariamente a vencer esse sentimento. E às vezes basta uma pessoa genuinamente boa para nos restaurar a fé. Mas são muitas as pessoas. Não vou nominá-los, para não correr o risco de esquecer alguém, mas quem quer que seja que já tenha me dirigido palavras gentis nos últimos 9 meses, saiba que lhe sou muito, muito grata! Aos membros do Clube do Curinga, deixo todo meu carinho. Vocês não fazem ideia como vocês são importantes para mim!

Se assim como eu, você está precisando fortalecer os alicerces de sua fé na humanidade, recomendo a leitura de A Resposta. E se for lê-lo, leia tudo, inclusive os agradecimentos, pois tenho certeza de que eles só farão da leitura ainda mais rica e admirável, e acaba explicando a escolha do título em português, que eu não poderia ter feito melhor.


Informações adicionais sobre o livro:

Capa comum: 574 páginas

Editora: Bertrand Brasil; Edição: 6 (2012)

ISBN-10: 9788528614619 – ISBN-13: 978-8528614619

Título Original: The Help

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3 comentários

  1. Faz algum tempo que assisti ao filme e gostei, no entanto, já me esqueci de muita coisa. Gostaria muito de ler este livro pois o tema me interessa muito. Amei sua resenha e a sensibilidade com a qual você expôs a sua opinião. Perfeita! ♥♥

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