Agora em agosto tirei uns dias de férias pra poder organizar algumas coisas, colocar leituras em dia e também assistir a alguma série que me desse vontade. Confesso que sou bem preguiçosa para séries, mas graças a insistência do João, acredito que assisti à melhor série do ano nessas férias.
The Sandman é a nova série da plataforma Netflix (estreou em 05/08/22), uma adaptação da graphic novel homônima criada por Neil Gaiman. Nessa 1ª temporada, acompanhamos o aprisionamento de Morpheus, o Rei dos Sonhos, por mais de um século, e os efeitos de sua ausência e comando não passarão sem danos tanto em seu reino “O Sonhar”, quanto no mundo dos despertos.

O elenco está fantástico, com Tom Sturridge no papel de Sandman, e atuações brilhantes, das quais destaco Gwendoline Christie, como Lúcifer, e Boyd Holbrook, como Coríntio.
Os efeitos de CG nem sempre são dos melhores, mas a preocupação com o enredo me pareceu tão primorosa que, embora seja uma série de fantasia, acaba ficando em segundo plano e não prejudica a qualidade da série como um todo.
Por não ter lido a HQ, não sei dizer quão fiel ela é à obra original, mas eu nunca levo isso em conta para avaliar uma adaptação, por considerá-la uma obra em si mesma. O que posso, porém, afirmar, é que após ter assistido à série, fiquei muito curiosa para finalmente ler a GN, que sempre tive receio de não gostar tanto assim.
No mais, o que me deixou realmente apaixonada pela série foi ter me lembrado do quanto nossos sonhos são importantes. Sonhos alimentam nossa esperança, nos dão um propósito a ser buscado, nos tornam humanos, no melhor sentido possível da palavra. E gostei muito de como tudo isso é explorado na série, fazendo-nos lembrar das nossas melhores qualidades como pessoas do “mundo desperto”, mas inclusive fazendo o próprio Rei dos Sonhos amadurecer e, consequentemente, tornar-se ainda mais forte ao dar mais esperança aos humanos.
Eu estava num clima muito ruim para fantasias nos últimos meses. Tanto que andei lendo muitos livros de não-ficção, porque sentia que as leituras apenas de entretenimento não tinham espaço na minha rotina. Uma preocupação excessiva apenas em ser produtiva o tempo todo, entendem? Com uma rotina apertada no que diz respeito a ter um tempo livre só para mim, eu não estava conseguindo sentar para relaxar um pouco e apenas curtir algo leve. Abandonei inúmeras leituras nesse período. Sentia que precisava me ocupar com tarefas úteis ou com coisas que me agregassem mais conhecimento, mais dados, mais informações, justamente por não estar conseguindo produzir tanto conteúdo quanto gostaria. Olha só a pira que a gente entra em tempos de mídias sociais. Mas a verdade é que não estava cuidando de mim em todos os sentidos possíveis. Podia estar movimentando o corpo, podia estar seguindo uma rotina de cuidados com a pele e os cabelos… tudo quanto confere um viver de aparências, mas não estava cuidando da minha alma, vamos dizer assim. Nunca fui uma pessoa religiosa, de modo que minha espiritualidade também não é uma parte de mim que recebe atenção no dia a dia. Os rituais que zelam pelo meu bem-estar mental e emocional são esses momentos de leveza que eu posso ter, e acabei negligenciando-os ao ansiar apenas por leituras mais “realistas”, que passassem longe da fantasia e do puro entretenimento. Por isso, meu muito obrigada a meu amor, por ter insistido que assistíssemos juntos à série, e obrigada, Netflix por essa série maravilhosa.
Serão 10 episódios que você provavelmente não sentirá o tempo passar. A série é tão boa que nossa noção de tempo realmente se dissolve tal qual o tempo em nossos sonhos.
Assista ao trailer da série:
Foto de capa do post: Divulgação/Netflix
Te entendo perfeitamente. Às vezes passamos por momentos assim e precisamos ficar alerta. Não assisti Sandman, também nunca li nada de Neil Gaiman.
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