Terminou um livro e quer continuar engatado(a) no hábito de ler, mas não quer pular para o próximo já porque ainda está saboreando o que foi aquele final maravilhoso?
Já pensou em ler um conto? É, apenas um conto, não um livro inteiro cheio deles.
Pra quem me acompanha há algum tempo, sabe que eu sou assinante do Kindle Unlimited, apesar de ser uma grande apoiadora de livrarias físicas, principalmente das independentes. Mas ontem eram já 23:00 e eu estava me coçando para ler alguma coisa. Poderia iniciar um novo livro? Certamente, poderia. Mas também tenho parcerias com algumas editoras, e é um compromisso que levo bastante a sério, apesar de não ser remunerado. Assim, não estou me programando para começar mais nenhum livro este mês que não seja desses pendentes. Sem poder sair de casa altas horas da noite, eu recorro sempre a app no meu celular para vasculhar potenciais leituras, e acabei me lembrando de que havia feito o empréstimo de O mar que veste o mundo há algum tempo já. Eu tenho esse (às vezes péssimo) hábito de sair fazendo empréstimos de e-books do Unlimited, porque temo que o título vá sair do catálogo dos inclusos na assinatura.
Uma breve resenha do conto, o leitor pode conferir no meu Instagram. Mas eu queria mesmo é discorrer mais sobre essas “leituras de pausa”.
Uma abordagem que eu não curto muito fazer é daquele tipo de “x leituras para ler em um dia”, porque cada leitor tem seu próprio ritmo, e eu, por exemplo, frequentemente começo leituras por volta desse horário de inquietação que tive ontem, às 23:00. Podem tentar me convencer da forma que for, mas pra mim, no que diz respeito à leitura, o dia termina quando eu resolvo deixar o livro de lado e durmo ou sei que não vou mais pegá-lo naquele dia, e não quando o relógio vira meia-noite. A conclusão é: eu quase NUNCA vou ser capaz de terminar um livro em um dia.
Me parece mais condizente, portanto, procurar leituras que sejam de menor densidade pra você. Seja por ser mais curta, ou mais leve. E um conto (eu disse um, e não uma antologia!) é um ótimo candidato para esse tipo de leitura.
Você já ouviu falar em descanso ativo? Se você for uma pessoa mais adepta das práticas esportivas, é bem certo que já topou com a expressão. Significa que o corpo vai passar por um período um pouco mais afastado dos treinos mais exigentes e exaustivos, mas não vai ficar completamente estagnado, em repouso absoluto. A prática de exercícios físicos vai continuar, mas numa carga menor. Um atleta que corre diariamente 10km, por exemplo, pode fazer um descanso ativo optando por apenas caminhar 5km durante alguns dias. Considere levar esse exemplo para sua vida de leitor.
Se você é fã de calhamaços, e é um período que você precisa dar uma pausa, mas não quer ficar absolutamente sem ler, há contos para todos os tipos de leitores, de contos mais longos a contos mais curtos. Eu não sou uma grande leitora de calhamaços, embora às vezes encare alguns. Então eu gosto de contos mais curtos para meus períodos de descanso ativo.
Abaixo, deixo uma lista de contos de curta e média extensão que recomendo como “descanso ativo”.
Em português:
- O homem que sabia janavês, de Lima Barreto (22 páginas) – disponível no Kindle Unlimited
- Outra dimensão para nós dois, de Maria Freitas (42 páginas) – disponível no Kindle Unlimited
- Esferas – um conto de resistência, de Rodrigo Lucas (52 páginas; resenha aqui) – Kindle Unlimited
- Escrito em algum lugar, de Vitor Martins (71 páginas)
- Sono, de Haruki Murakami (118 páginas)
Em inglês:
- Evidence of the affair, de Taylor Jenkins Reid (88 páginas) – disponível no Kindle Unlimited
- The deal of a lifetime, de Fredrik Backman (96 páginas)
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