Dia das Mães: 5 livros para pensar a maternidade

Mês de maio comemoramos o Dia das Mães, e pensei em trazer aqui 5 sugestões de leitura para pensar a maternidade, para todo tipo de leitor, independente de ser homem ou mulher, se jamais pensa em ter filhos, se já está à espera de um bebê ou se já é mãe ou pai.

A maternidade, seja a sua ou alheia, é a realidade de milhões de mulheres no mundo, e é um assunto que precisa ser mais discutido, mas não discutido no sentido de “vamos julgar a maternidade alheia” ou de mães competirem entre si. A maternidade precisa ser mais naturalizada, permitindo-se refletir sobre as muitas realidades alheias (seja econômica, social, cultural, racialmente, etc falando) e como elas influenciam no maternar. Quando falo em trazer a maternidade para o debate, é na perspectiva mais humana possível. Precisamos lembrar que as mães não deixam de ser pessoas com interesses, desejos, necessidades e sonhos próprios, mesmo que ser mãe signifique também estar quase o tempo todo à disposição do outro (filho).

Algumas práticas podem ajudar a tornar a maternidade algo mais leve. Às vezes, um comentário que não tem intenção alguma de ser maldoso, pode ser a gota d’água para uma mãe que está simplesmente exausta pelas demandas diárias. A pior coisa que alguém pode dizer para uma mãe é “ninguém mandou ter filhos” (quanta falta de empatia. Você não reclama dos seus amigos, por exemplo, às vezes? E ninguém te diz por isso: “ninguém mandou você ser amigo(a) de fulano(a)”). Uma das práticas que penso ser de grande ajuda é simplesmente deixar de fazer qualquer comentário se você não está seguro de que ele é bem-vindo. Mas essa conscientização, do que pode ou não ser bem-vindo, muitas vezes só vem depois que se vive na pele o que de fato é ser mãe. E como isso nem sempre é possível ou desejado, existe uma forma muito comum e muito conhecida de se desenvolver a empatia: lendo muitos livros, de preferência, que tragam perspectivas diferentes da sua e lhe façam se colocar no lugar do outro.


Vão aqui então minhas sugestões de leitura:

1. Aos prantos no mercado – Michelle Zauner

Autobiografia, o livro aborda questões da influência cultural na maternidade, retrata o luto da autora e também como a identidade de sua mãe se traduz também na própria identidade. Por meio da culinária sino-coreana, a autora vai resgatando uma parte de sua identidade e rememorando a linguagem do amor de sua mãe, que lhe era comunicada muitas vezes através do paladar. Leia a resenha aqui.

2. Por favor, cuide da mamãe – Kyung-Sook Shin

Você conhece mesmo sua mãe? Sabe as coisas que ela gosta, quais os sonhos dela, atuais de de quando era mais nova? Conhece as histórias dela? Este é um livro pra refletir se realmente conhecemos nossa mãe. Ficção, neste livro, a mãe, já com todos os filhos crescidos, adultos, “feitos” (como se diz), está com Alzheimer e se perde numa estação de trem. A busca pela mãe acaba por se tornar uma jornada em de fato conhecê-la além do ser “mãe”. Leia a resenha aqui.

3. As alegrias da maternidade – Buchi Emecheta

O título é irônico. Buchi Emecheta nasceu em Lagos, na Nigéria. Sempre quis frequentar a escola, e com muita insistência, conseguiu ser matriculada numa escola missionária para meninas. Teve uma infância difícil, e como era costume de seu povo, aos 11 anos já estava noiva. Aos 16 tornou-se mãe, num casamento infeliz e abusivo. Ainda com os filhos pequeno, a família mudou-se para Londres, e lá ela passou a frequentar a universidade. Aos 22 anos divorciou-se, e estando com 5 filhos para criar, conciliou os estudos em Sociologia arduamente com trabalhos em bibliotecas e escreveu um livro. Romance de ficção com forte inspiração autobiográfica, Buchi Emecheta escreve este livro ao descobrir que sua filha resolveu morar com o pai. Leia resenha aqui.

4. Anne de Green Gables – L. M. Montgomery

Afinal, o que é ser mãe? Anne de Green Gables aqui no Brasil ficou mais conhecida após a exibição da série (descontinuada), pela Netflix, mas na verdade, trata-se de um clássico da literatura infanto-juvenil canadense. Anne é uma órfã que, aos 11 anos, já passou por muitos lares, sendo devolvida ao orfanato diversas vezes, e sempre “adotada” por interesses da família ao querer receber uma espécie de ajuda de custo do governo por ter um filho menor de idade ou para colocá-la na função de criada da casa. Até que um dia ela para por engano na casa dos Cuthbert. Marilla é uma mulher que inicialmente desejava adotar um garoto que ajudasse nas tarefas da fazenda, mas acaba se afeiçoando à menina, uma o extremo oposto da outra em personalidade, e acaba se transformando numa verdadeira mãe. Ter um vínculo sanguíneo simplesmente não torna uma mulher mãe, não é mesmo? Mas Marilla acaba por deter as qualidades que a tornam a mãe que Anne sempre desejou. Leia resenha aqui.

5. Paula – Isabel Allende

Enquanto a filha da aclamada escritora chilena Isabel Allende estava em coma, devido a uma grave doença que lhe acometera (porfíria), Isabel inicia a escrita do que imaginava se tratar uma carta à filha, mas acabou por se tornar um livro de memórias, onde acompanhamos sua vida desde o nascimento até o avanço de sua carreira de escritora. Em uma síntese até quase injusta, o leitor acompanha todo o percurso e percalços dessa grande mulher, que viveu a maior dor que uma mãe pode ter: a perda de um(a) filho(a). Leia a resenha aqui.


Você já leu algum dos livros acima? Eles te fizeram pensar de alguma forma no tema maternidade? Tem algum outro livro que te fez refletir sobre a maternidade ou que te fez pensar muito sobre a sua mãe? Deixa nos comentários.

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