Livraria El Ateneo – Buenos Aires

A Livraria El Ateneo Grand Splendid é uma das mais famosas e belas do mundo. Pode ter certeza que em qualquer ranking do tipo “livrarias mais bonitas do mundo”, “livrarias para conhecer antes de morrer”, etc., ela estará presente. Segundo o jornal britânico The Guardian, ela é considerada a segunda livraria mais importante do mundo, e a maioria dos rankings a coloca também como a segunda livraria mais bela do mundo.

E não é para menos. A livraria que hoje é atração turística da cidade de Buenos Aires e recebe centenas de visitantes diariamente, abriu suas portas ao público no ano de 1919 como um teatro que trazia grandes espetáculos culturais, de ballet a óperas. Como uma espécie de manifesto a paz (lembrando que o período era de pós-guerra), a cúpula que se ergue no teatro ostenta uma pintura com temas pacifistas, obra do artista italiano Nazareno Orlandi.

Em 1920, passou a funcionar no local também a sede da gravadora Nacional-Odeón, selo que lançou Carlos Gardel, grande ícone do tango. Em 1926 o teatro se converteu em cinema, mas, aos poucos, com a concorrência das redes de cinema chegando com força, a casa teve de fechar as portas. No ano de 2000, no entanto, para a alegria dos leitores e bibliófilos, o Grand Splendid reabriu como uma belíssima livraria.

 

El Ateneo teve sua estrutura mantida à original, com algumas exceções, claro: em vez de poltronas, estantes de livros, e, no palco, é o próprio público que pode desfrutar da sensação de intérprete no estrado – mas degustando de um bom café e lendo bons livros; e o papel, não no sentido shakespeareano, que diz que o mundo é um palco e somos meros atores, mas o papel de alguém que entende que se o mundo é um palco, então a vida é realmente um grande espetáculo!

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A metáfora, vivida diretamente do alto do tablado da Grand Splendid, não poderia ser mais bela. E lá embaixo, em vez de homens, os espectadores mudos mais francos e sábios: volumes e mais volumes de livros.


Informações adicionais:

A livraria fica na Av. Santa Fe, 1860 e funciona todos os dias: de segunda a quinta das 09:00-22:00, de sexta e sábado até à 00:00, e aos domingos das 12:00-22:00. Às quintas-feiras há apresentações de piano. No subsolo há um setor infantil (sim, porque os argentinos são acostumados a ler desde pequenos), e além de livros há uma seção de música. 

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7 comentários

  1. Uau. Arrepios, boca aberta, e um desejo enorme de me perder do tempo neste lugar.
    Fascina-me tudo relacionado à História, arquitetura histórica e livrarias incomuns, bem como o faz as coisas mais belas que a humanidade pode produzir.
    Este blog me desperta paixões e sensações intensas, me remete lembranças e motivos para continuar vivendo.
    E as fotos, que espetáculo. Dignas de contemplação detalhada. Fiquei curioso também com o setor infantil.
    E o café, era bom?
    Que encanto. Obrigado, Isa.

    Curtido por 1 pessoa

    1. Essa livraria é realmente uma das mais lindas que já conheci, mas também, pudera, é uma das mais lindas do mundo!
      Agradeço imensamente os elogios! ❤
      O setor infantil era maravilhoso também, tinha MUITOS livros.
      O café era um pouco escuro, de modo que acabamos não tirando muitas fotos. Por passarmos o dia todo andando pra lá e pra cá sempre beliscando alguma coisa, e tendo almoços muito bem servidos, ficamos só no cappuccino mesmo hahaha, mas vale a pena a experiência, afinal, não é sempre que se pode sentar-se à mesa num palco onde são os livros que nos assistem.
      Espero poder voltar à livraria.

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