Ontem terminei de ler Pequenas Grandes Mentiras (Big Little Lies). Eu havia comprado o livro há algum tempo, mas acabei assistindo à minissérie antes de ler o material original. Acontece. Afinal, quem aqui não tem uma pilha interminável de livros para ler?
Livro:
A história no livro se passa na imaginária Península de Pirriwee, na Austrália, onde há uma escola pública em que pais das mais variadas classes sociais acabam se interagindo porque os filhos de todos eles estudam nessa mesma escola. Jane, uma forasteira, acaba de se mudar para Pirriwee, e antes mesmo das aulas começarem, ao término do dia de orientação dos filhos para o jardim de infância, seu filho, Ziggy, de apenas 5 anos, é acusado de cometer violência contra uma garotinha da mesma idade. Jane acaba se tornando muito amiga de Madeline e Celeste, que embora tenham lá suas dúvidas quanto a Ziggy praticar ou não bullying, sempre tomam seu partido e a defendem das acusações e reclamações dos demais pais da escola. A história vai se encruzilhando em tensões de todos os tipos, entre pais, entre famílias, entre casais e ex-casais, até que alguém morre na noite do Concurso de Perguntas da escola; uma festa para os pais dos alunos, com tema de Audrey Hepburn e Elvis Presley, muita bebida e pouca comida.
Este é um livro, a meu ver, sobretudo sobre amizade, mas que também se destaca pelo alerta ao público quanto à prática da violência contra as mulheres e suas repercussões. A mensagem que é passada é uma velha conhecida, mas que não custa nada repeti-la: pode acontecer com qualquer pessoa, das mais variadas formas.
Minissérie:
Quem ainda não assistiu à série da HBO, precisa resolver essa pendência! Ainda mais agora que a série acaba de levar o Emmy de melhor minissérie de 2017. O elenco está fenomenal, embora na minha opinião sejam as crianças que mais brilham – sobretudo Iain Armitage, como Ziggy, e Darby Camp, como Chloe. Chloe aliás é uma personagem que pode parecer bastante secundária no livro, mas que ganha uma luminosidade e destaque na minissérie por seu inegável carisma. Eu adoro quando personagens assim conseguem se sobressair nas telinhas pela atuação de seus intérpretes.
Diferentemente do livro, na minissérie a história se passa na Califórnia, nos Estados Unidos, e não na Austrália, o que, claro, provavelmente é uma escolha que facilita a alocação dos recursos: elenco, filmagem, etc.
Como sempre é de se esperar, a adaptação para a TV irá sofrer mudanças na história e em alguns personagens, mas a essência e a mensagem são mantidas: amizade, violência doméstica/contra as mulheres. O desenrolar dos acontecimentos tem tensões de mesma implicância e significado, embora desencadeados por outros motivos, mas também há uma morte ao final; mais especificamente no sétimo e último episódio, que finalmente nos revela quem morreu e como. O desfecho é diferente do livro, embora o morto seja a mesma pessoa.
Eu gostei muito tanto do livro quanto da série, cada um com suas particularidades. Ler o livro sempre vai nos dar mais detalhes, claro. O mais interessante no livro é a forma como a autora Liane Morarity escolhe desenvolver a narrativa. Em terceira pessoa, onisciente, deixando para o leitor sempre muito claro o que de fato se passa na cabeça das três amigas: Jane, Madeline e Celeste; detalhes que na minissérie vão depender quase que totalmente da (ótima) interpretação das atrizes.
Comparando-se com o livro, a escolha do elenco não poderia ter sido mais feliz. Ficou simplesmente perfeito. Talvez Jane seja realmente mais magra no livro, mas como esse tema não é diretamente trabalhado na minissérie, é irrelevante, até porque Shailene Woodley está ótima como a jovem mãe que tem que ser.
Mas eu precisava falar sobre a magreza de Jane para chegar ao âmago da postagem. Ziggy na verdade é fruto de uma relação violenta e abusiva de uma noite só de Jane com um estranho. Há agressão não apenas física, mas verbal e psicológica que Jane sofre e que a muda completamente após esse episódio.
A primeira vez que ela se abre com alguém sobre o assunto é com Madeline, e, posteriormente, com Celeste. A essa altura do campeonato, fica claro porque Jane faz os mais deliciosos muffins de banana mas ela mesma simplesmente não os come.
Inspirada na boa vizinhança de Jane, eu resolvi ir atrás de uma receita de muffin de banana!
E o resultado é esse das fotos que você encontra neste post. Se ao longo da leitura, você também ficar com vontade de saborear muffins de banana, tenho uma sugestão de receita para você!
Muffin de banana (e frutas secas)
Ingredientes:
- 5 bananas (usei banana nanica) bem maduras;
- 4 ovos
- 1 xícara de chá de aveia em flocos finos
- 2 colher de chá de canela em pó
- 2 colheres de sopa de quinoa em pó ou em flocos (eu usei em grãos mesmo, mas dê preferência para a quinoa mais triturada possível, para não ficar as bolinhas em cima como no meu);
- 1 colher de chá de fermento em pó
- 6 damascos secos bem picadinhos
- 1/4 xícara de chá de castanhas picadas (eu usei nozes)
- 2 colheres de sopa de açúcar mascavo
Preparo:
Em um liquidificador, bata os ovos com as bananas, a canela, a quinoa e o açúcar. Depois de já mais líquida a mistura, adiciona a aveia e bata um pouco mais. Despeje numa tigela grande e adicione o fermento, misturando-o com uma colher ou espátula, gentilmente. Acrescente então as castanhas e os damascos e misture mais um pouco.
Leve ao forno médio pré-aquecido por cerca de 20 minutos, ou até as bordas dourarem e a massa passar no teste do palito (o palito deve sair limpo).
Bom apetite – e boa leitura!
Informações adicionais do livro:
Título: Pequenas Grandes Mentiras
Título original: Big little lies
Autora: Liane Moriarty
ISBN: 978-85-510-0157-8
Editora: Intrínseca, 2017
400 p.
Oi Isa, depois de ler o post, deu vontade de ver a série e comer os mufins.
Muito boa a resenha. Parabéns! Bjs.
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