La Suma de Los Días é um livro autobiográfico da escritora chilena Isabel Allende, publicado em 2012.
Representando a América do Sul, este foi meu terceiro livro lido para o desafio do #MulheresContinentais, projeto idealizado pela Sthef do IG @resenhadora. Se você tem instagram, não deixe de segui-la, que o feed é maravilhoso e recheado de conteúdo de qualidade!
Sinopse (pela editora Bertrand Brasil):
Em nova e surpreendente publicação autobiográfica, Isabel Allende narra com franqueza sua vida durante as últimas duas décadas Um relato memorialístico no qual Isabel Allende, autora de sucessos como A casa dos espíritos, De amor e de sombra e Inés da minha alma, conta a história recente de sua vida. Em A soma dos dias, Allende retoma a narrativa de Paula, sua primeira obra autobiográfica, relembrando os acontecimentos posteriores à perda da filha, vítima de uma doença rara. O livro é, em essência, a história de amor entre uma mulher e um homem – Allende é casada com William C. Gordon, advogado e também escritor – que, envoltos por uma grande e moderna família, venceram juntos muitos obstáculos sem perder a paixão e o humor. “Gostamos uns dos outros e escolhemos viver assim, próximos”, disse a autora, em entrevista recente, a respeito de sua casa estar sempre repleta de familiares e amigos. “Recebemos e imediatamente pensamos em retribuir o amor. Existe confiança, respeito e boas intenções entre nós. Somos leais uns aos outros, defendemos nossa pequena comunidade e tentamos enriquecê-la. Celebramos uns aos outros e nos ajudamos em momentos de tristeza.” Além das muitas revelações íntimas e familiares, e cartas, conversas e lembranças felizes e outras nem tanto, a autora traça um abrangente painel sobre a sociedade norte-americana das últimas duas décadas, do ponto de vista de uma chilena radicada na Califórnia. Com a característica prosa emocional e irônica, marca registrada de sua escrita, Isabel Allende fala de êxitos, dores, livros, drogas, desilusões, paixões e viagens. Em algumas delas, Allende esteve no Brasil, onde se deslumbrou com a Amazônia, visitou um afetuoso Jorge Amado na Bahia e viveu momentos tensos no Rio de Janeiro. A soma dos dias reúne, em narrativa peculiar, episódios e sensações que marcaram a vida de Isabel Allende como escritora e, principalmente, como mulher e personagem do mundo globalizado e contemporâneo.
Minha experiência de leitura:
Antes de ler este livro, eu havia tido, anos atrás, meu primeiro e único contato com alguma obra da autora através de El Cuaderno de Maya, que fora um livro que eu comprei justamente com o intuito de treinar mais meu espanhol, para quando fôssemos de lua de mel para Buenos Aires, em 2016. E bom, eu simplesmente adorei a experiência da leitura, porque mesmo estando afastada dos estudos de espanhol há tanto tempo, a escrita de Allende se mostrou totalmente acessível e muito agradável.
Em 2016, então, naquela empolgação típica de estar em território estrangeiro, acabei comprando, em plena lua de mel, outro livro de Allende, que era exatamente La Suma de Los Días. Três absurdos anos depois, eu finalmente o li. Ainda bem que foi só a empolgação com a língua espanhola que havia esfriado. O casamento segue firme, e já estivemos inclusive mais uma vez em Buenos Aires, mas dessa feita, não quis arriscar comprar outro livro de Allende, imaginando que eu pudesse demorar outros 3 anos para ler o livro.
Nem sei por que demorei tanto para ler. E só me arrependo de não ter lido antes. Esta autobiografia se mostrou deliciosa de ler. Allende é muito engraçada! Mesmo com uma vida permeada de tragédias, dificuldades e tristezas, ela consegue arrancar risos do leitor com a sua narrativa. Ela traz leveza mesmo quando deveria existir somente dor, e eu a aplaudo por isso. É fato que houve inúmeros momentos em que fiquei com o coração apertado e a voz embargada — porque tenho o costume de ler livros estrangeiros em voz alta, mas é essa montanha-russa de emoções que eu acredito que mais me encanta na escrita de Allende. Ela sabe fazer o leitor sentir as mais variadas emoções.
Creio que este livro também irá enriquecer muito quando eu for ler A Casa dos Espirítos, sua obra mais famosa. O caminho no sentido inverso me parece igualmente válido e engrandecedor. Aquele que já leu A Casa dos Espíritos e gostou, com certeza deveria complementar com a leitura desta autobiografia. Afinal, depois que a li, consegui facilmente ver qual foi sua inspiração para El Cuaderno de Maya.
La Suma de Los Días é um apanhado de relatos, mas é sobretudo um relato de amor: amor materno, amor aos amigos, amor pelo marido, amor à escrita, que, neste livro em especial, é dirigida diretamente à sua falecida filha, Paula, como se estivesse lhe escrevendo uma longa carta.
Alguns relatos me assustaram porque, mesmo que os fatos tenham se dado há anos e nos EUA, onde ela atualmente mora, eles se mostraram incrivelmente atuais no nosso contexto político. Se eu omitisse os nomes que Allende cita, poderíamos muito bem estar falando da situação absurda que estamos vivenciando aqui no Brasil. Porém, terminei o livro com um sentimento de esperanças renovadas, já que, de certa forma, somos convidados a testemunhar grandes transformações positivas não nas sociedades, mas, onde a mudança se faz realmente necessária para o bom caminhar da humanidade: nas pessoas, individualmente.
Curiosidade:
A título de curiosidade, se você estiver de passagem por São Francisco, Califórnia, EUA, e quiser ter a chance, ainda que remota, de se encontrar casualmente com a escritora, não deixe — como eu — de conhecer a livraria Book Passage, que é a livraria preferida de Allende.
Informações técnicas adicionais sobre o livro (edição lida):
Capa comum: 368 páginas
Editora: Debolsillo; Edição: 001 (1 de janeiro de 2012)
ISBN-10: 8490323704 – ISBN-13: 978-8490323700
Idioma: Espanhol
O livro parece muito interessante! Ficará na lista de leitura. Tratar com leveza episódios tristes e amargos são para poucos.
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Ainda não tive a oportunidade de ler esse livro, mas adorei saber a sua opinião sobre ele.
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Fiquei bem interessada em conhecer este livro. Gosto de livros autobiográficos, aliás gosto de livros de não ficção em geral. Quero muito conhecer a escrita da Isabel Allende. ♥
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