No mês de novembro fui pela primeira vez ao Instituto Moreira Salles, unidade de São Paulo (Paulista).
Eu amo passear por São Paulo, e sempre que possível, tento colocar uma programação cultural, mesmo que eu passe apenas um fim de semana por lá.
E uma das coisas que eu mais gosto de São Paulo é que há muitas opções culturais e, em geral, ao alcance de todos, porque tem muita coisa gratuita bacana.
O IMS Paulista é uma delas. A entrada e as exposições, por exemplo, são gratuitas, cobrando-se apenas do visitante nas sessões de cinema e em alguns cursos. Por se localizar na avenida mais icônica da cidade, é muito fácil de se chegar, e dá para incluí-lo tranquilamente a outros passeios pela Paulista no mesmo dia.

O Instituto conta com uma estrutura de 1200m² distribuídos por 9 andares e a singularidade da área de pátio (que eles chamam de Praça) localizada no 5º piso, que é inclusive por onde se tem o acesso, por elevador, à entrada propriamente dita às exposições e acervo do IMS, que se concentra nas áreas de fotografia, música, literatura e iconografia, com ênfase em fotografia.
Quando de minha visita, tive a oportunidade de conhecer o trabalho da fotógrafa norte-americana Susan Meiselas, cujos trabalhos que mais me chamaram a atenção foram os registros nas zonas de conflito da América Central, mormente na Nicarágua, e os que exploram o tema da violência doméstica.


Também, em Artes Visuais, me deparei com a exposição do artista alemão Harun Farocki, abordando o tema trabalho e os meios de produção. Essa exposição foi muito interessante, por ser uma sala com videoprojeções e telas exibindo cenas que retratam o trabalhador em diversas partes do mundo. De uma beleza singular que nos põe a refletir muito sobre as relações de trabalho e a sociedade.


No campo da iconografia, acompanhamos a trajetória de um dos cartunistas mais icônicos do início do século XX, no Brasil, o J. Carlos. A exposição traz uma gama de trabalhos do artista, com o grande acerto, a meu ver, de pôr em discussão um problema que acompanha a história do Brasil até hoje: o racismo. As notas sobre racismo no trabalho de J. Carlos valeram toda a visita ao IMS para mim.


Além das exposições, o espaço conta com uma belíssima Biblioteca de Fotografia. A fotografia não é uma área da qual disponho de muitos conhecimentos, mas meu irmão, que é fotógrafo, me disse que já passou muitas horas por lá. Eu o entendo. Qualquer biblioteca que contenha os livros sobre os assuntos pelos quais somos apaixonados se transforma numa espécie de paraíso.

Ainda no mesmo espaço, há o restaurante e o café Balaio, o qual acabei conhecendo, para viver intensamente a experiência IMS (só faltou assistir a algum filme). O café é bem gostoso, e fica no 5º andar, de onde se pode apreciar a vista da Avenida Paulista na companhia da bebida. O restaurante, com pratos que exaltam a gastronomia nordestina, fica no térreo. O cardápio é inclusivo, com opções sem glúten, veganas e sem lactose. Os preços são altos, mas tudo muito bem servido e achei a experiência única. Vale a visita daqueles que apreciam descobrir novos sabores e curtem excursões gastronômicas. Ainda assim, recomendo os pratos que são para compartilhar para reduzir custos e evitar desperdícios.






Para encerrar com chave de ouro, não poderia faltar falar uma livraria. Pois é da IMS por Travessa que estamos falando. Sim, outra loja da Travessa em São Paulo! Embora o foco da livraria sejam publicações de fotografia, achei que há livros de variados temas, inclusive infantis. É realmente a Travessa mais compacta que já vi, mas ainda assim tem aquele ar inconfundível de livraria que me encanta tanto! Por lá há também alguns itens de merchand do IMS, para quem não pode voltar para casa sem nenhum souvenir.



Adorei esse passeio, e recomendo muito! Fiquem sempre de olho na programação e nas exposições em cartaz para tornar sua experiência ainda melhor.
Informações adicionais sobre IMS Paulista:
Endereço: Av. Paulista, 2424 – Consolação, São Paulo – SP, 01310-300
Horários de funcionamento: de terça a domingo e feriados, das 10:00 às 20:00; quintas, das 10:00 às 22:00
Informações adicionais sobre Balaio:
- Restaurante (térreo):
Horários de atendimento: De terças a sábados, das 12:00 às 23:00. Aos domingos e feriados (exceto às segundas), das 12:00 às 17:00.
- Café:
Horários de atendimento (piso 5): De terças a domingos e feriados (exceto às segundas), das 10:00 às 20:00. Às quintas, exceto em feriados, das 10:00 às 21:30.
Visitar o IMS e comer no Balaio é muito bom. Com a família então, é programa ideal
CurtirCurtir
Ahh eu adoro a Paulista por justamente ter reunido diversos pontos culturais, o IMS é um amorzinho e sempre que posso, faço uma visita! ❤
CurtirCurtido por 1 pessoa