Educar sem pirar – Nanda Perim

Sinopse:

Educar sem pirar: guia prático da PsiMama para descomplicar a vida com filhos” é o primeiro livro da educadora parental Nanda Perim e já nasce aclamado dentro da literatura sobre parentalidade e criação de crianças. Seus valiosos conselhos partem da teoria e da prática: além de uma rica formação acadêmica, Nanda é mãe de duas crianças – Théo e Gael. Portanto, tudo o que você vai ler neste livro são dados não só aprendidos e colocados em prática na vida familiar da autora, como também são transmitidos e ensinados para centenas de milhares de mães e pais, nas redes sociais e/ou em cursos. Com mais de meio milhão de inscritos, Nanda é sucesso no Instagram.”


Desde que soube que eu estava grávida, comecei a me interessar muito por livros sobre educação dos filhos. Havia lido da “Porque Gritamos“, Elisama Santos, e me identificado muito. O tipo de leitura que a gente termina e diz: “é isso, é assim que quero ser para meu filho”. Então, quando vi que havia um lançamento da PsiMama pelo Grupo Editorial Record, fiquei super interessada em ler, porque ambas seguem uma linha parecida quanto à parentalidade.

A maternidade, e a parentalidade, é o ingresso a uma mudança completa em nossas vidas. Eu mesma não consigo mais olhar ao meu redor e enxergar as coisas sem ser do ponto de vista de uma mãe. Claro, consigo ver como filha que sou ainda também, como esposa, mas sempre tem, agora, uma outra perspectiva junto, como mãe. Longe de mim querer romantizar essa relação “mãe-filho” que será eterna, a maternidade é cheia de alegrias, mas também de desafios, principalmente como mãe de primeira viagem. Assim, encontrar leveza no maternar tem sido uma busca constante minha, e tudo que eu encontro no caminho nesse sentido, tenho “coletado”, não apenas como aprendizado, mas muitas vezes até como um acolhimento, um abraço.

Não se pode ser mãe que já tem alguém querendo dar “pitaco”. Embora na maioria das vezes um comentário ou outro seja dito com a intenção de ajudar, é muito comum que isso acabe por pressionar ainda mais a mãe e o pai que estão iniciando essa jornada e se questionam o tempo todo se estão tendo a abordagem correta com sua criança. Na dúvida, não palpite! Ofereça ajuda, pergunte como pode ajudar, e não simplesmente saia dizendo o que a pessoa deveria ou não fazer.

Abri meu coração outro dia nos stories do meu Instagram, dizendo que tenho dormido mal há meses, porque meu filho acorda no mínimo 5 vezes por noite, na melhor das hipóteses. Minha sanidade está por um fio, então qualquer comentário, ainda que bem intencionado, pode fazer eu perder a cabeça de vez, ainda que eu siga ferrenhamente pelo caminho da gentileza.

Felizmente, ao ler “Educar sem pirar”, percebi que, sim, minhas convicções como mãe do Naoki encontram eco nas convicções de outras mães, e, neste caso em específico, de uma mãe e psicóloga que estudou muito sobre educação democrática. Aqui, então, houve outra enorme identificação, além de muito aprendizado.

Sou uma pessoa muito paciente, sempre fui, mas após a maternidade, eu me surpreendi que minha paciência podia ser ainda maior, e fico feliz por isso, porque meu parceiro não tem essa mesma paciência, e, de alguma forma, nosso lar precisa encontrar um equilíbrio. Ainda estamos, obviamente, trabalhando nisso, um trabalho diário e constante, mas livros como este da Nanda Perim são fortes aliados.

Muito do estresse gerado num lar onde há crianças decorre da frustração dos pais entre expectativa e realidade. Conforme vamos crescendo, infelizmente, muitas vezes deixamos de olhar para o mundo a nossa volta com o olhar de uma criança, e, como adultos, exigimos ou esperamos das crianças, um comportamento não compatível com o de uma criança: ou queremos que ela se comporte como um adulto, ou, pior, não sei, como alguém sem demanda alguma, e, portanto, sem vontade e alegria de viver. Nanda Perim, ao querer tornar a parentalidade mais leve, explica ao leitor (que sim, pode ser mãe, pode ser pai, pode ser avó, avô, babá, etc.), como se dá o desenvolvimento cerebral e motor da criança, fazendo com que ele entenda por que simplesmente esperar de sua criança um comportamento, oras, de criança!

Leitores ainda agarrados às antigas formas de educação e parentalidade podem achar que Nanda Perim é muito inflexível em alguns pontos ou muito tolerante em relação a outros. Quanto a isso, acredito que é normal que as pessoas não concordem sempre umas com as outras. É, inclusive, saudável, e aliás, democrático, já que estamos falando de educação democrática. Mesmo assim, acho interessante tentar compreender esses pontos, e, a partir da sua própria vivência, tentar chegar ao que acredita ser o meio termo entre permissividade e autoritarismo. Nanda, assim como Elisama Santos, convida o leitor a olhar para nosso eu criança e lembrar de como fomos criados e como essa criação influencia a forma como acabamos por acreditar ser a melhor para nossos filhos. Às vezes reconhecemos que nossos pais deram o melhor deles para nós e que assim está bom. Mas será mesmo? Não porque devemos abrir feridas que nem sabíamos que tínhamos, mas porque hoje temos mais informações, e portanto, a oportunidade de dar uma criação ainda melhor e mais consciente para nossos filhos.

Seja você adepto ou não da parentalidade responsiva, esse livro vale muito sua leitura. Embora repetitivo em alguns momentos, acredito que a intenção tenha sido realmente de bater em algumas teclas e reforçar aos adultos a importância de ajudar nossos filhos a se guiarem pelos caminhos que os tornem mais autônomos e, futuramente, adultos melhores que nós mesmos.


Dados Técnicos do Livro:

Capa Comum: ‎ 252 páginas
Editora ‏ : ‎ Best Seller (7 junho 2021)
Autora: Nanda Perim
ISBN-10 ‏ : ‎ 8501304441 –ISBN-13 ‏ : ‎ 978-8501304445
*Exemplar recebido em parceria com o Grupo Editorial Record. Adquira o seu preferencialmente pelo site da editora.
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